São Paulo 3/4/2023 – Já existiam estudos mostrando que alguns estilos de liderança diminuem e outros aumentam o risco de burnout.
Síndrome de Burnout afeta cada vez mais o país e é reconhecida como doença ocupacional pela OMS
No Brasil, 18% dos brasileiros são vítimas da Síndrome de Burnout, sendo que a maioria da população afetada tem menos de 30 anos. É o que revela uma pesquisa realizada em 2021 pela faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP). Em 01/01/2021 a Síndrome de Burnout foi incorporada à lista das doenças ocupacionais reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os problemas de saúde relacionados ao trabalho refletem no aumento de demissões no país. No Ano de 2022, em janeiro, foram registrados 544.541 casos de demissão no país, segundo notícia do G1. A demissão em massa chegou ao Brasil depois de onda de demissão nos EUA, com mais de 4,5 milhões de americanos solicitando desligamento das empresas. O movimento que foi denominado “Grande Renúncia” está relacionado à necessidade de maior realização pessoal e ao fato de que muitos trabalhadores preferem perder os seus empregos em vez de aceitar baixos salários.
A música “Break My Soul” (Destruir a minha alma, em português) da cantora pop Beyoncé foi declarada hino à “Grande Renúncia”. A letra da música reflete a infelicidade dos trabalhadores e tem gerado polêmica na internet: “Tô prestes a explodir, tire esse peso de mim, você não vai destruir a minha alma. Eles me fazem trabalhar tanto! Começo às nove e passo das cinco e eles me estressam, por isso não consigo dormir de noite. Liberte a sua raiva, liberte a sua mente, liberte-se do estresse, você pode não aceitar menos do que merece”.
Líderes podem ser responsáveis por evitar a Síndrome de Burnout em seus colaboradores por meio de um estilo de liderança menos abusivo, segundo um estudo global conduzido pelo professor Rolf van Dick da Goethe University, na Alemanha, que começou em 2016. O estudo coletou dados de mais de 5 mil trabalhadores em 20 países. Entre 2020 e 2021, durante a pandemia, foram mais 7.294 entrevistas com pessoas de 28 países, incluindo o Brasil. A professora de gestão e pesquisadora Joana Story, da Fundação Getulio Vargas (FGV), participou da pesquisa como representante do Brasil, o único país participante da América Latina: “Já existiam estudos mostrando que alguns estilos de liderança diminuem e outros aumentam o risco de Burnout. Um perfil mais abusivo aumenta. Agora, olhamos para a ideia do senso de pertencimento relacionado ao Burnout”, explica a professora. Além da Alemanha, o estudo também incluiu países como Reino Unido, Itália, Bélgica, Finlândia, Estados Unidos, Filipinas, Austrália, Brasil e África do Sul.
Burnout surgiu da expressão “To burn out”, em inglês, usada pela primeira vez em 1974, pelo psicanalista Herbert Freudenberger, ao observar que o seu trabalho não lhe trazia mais prazer como antes, relacionando a sensação de esgotamento com a falta de estímulo originada da escassez de energia emocional. Burnout passou a significar aquele que chegou ao seu limite, com grande prejuízo no desempenho físico e emocional. A caracterização da síndrome foi pautada na apresentação de sintomas graves de exaustão emocional.
Para Luciano Mello, Presidente da Neuro Success — empresa de desenvolvimento de felicidade corporativa situada em São Paulo, que atende o território nacional e internacional, líderes podem contribuir na prevenção do Burnout entre seus liderados: “podemos pensar o Burnout em três dimensões: a exaustão emocional, a sensação de eficácia profissional reduzida e a despersonalização, por ser um fenômeno ligado ao profissional, encontrar uma solução dentro do ambiente de trabalho, centrada na figura da liderança, é o foco das corporações que se preocupam com a saúde e o bem-estar de seus colaboradores, na prática, esse líder consegue prover apoio e fazer parte da equipe, promovendo segurança psicológica”.
Website: http://www.neurosuccess.com.br