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Reforço escolar é desafio para o futuro da educação no Brasil

8/11/2022 –

Para especialistas, é fundamental repor o conteúdo que foi perdido e cuidar da saúde mental dos alunos

Alto índice de evasão escolar, falta de concentração, defasagem na aprendizagem e crise de saúde mental entre crianças e adolescentes. Essas são algumas das sequelas deixadas pela pandemia que desafiam os educadores e deixam o cenário da educação duvidoso. Especialistas vêm contribuindo com a divulgação de pesquisas que, mais do que comprovar o atual momento, podem ajudar a encontrar soluções que garantam a qualidade do ensino no futuro.

Levantamento recente realizado pelo Ministério da Educação, por exemplo, mostra que existe, hoje, um atraso na aprendizagem dos alunos e que muitos acabam regredindo em algumas áreas. Segundo os indicadores, o índice de crianças do segundo ano do ensino fundamental que ainda não sabiam ler nem escrever passou de 15% para 34%. A aprendizagem desses alunos também caiu em matemática, de 16% para 22%, o que significa que não conseguem fazer operações básicas, como soma e subtração. Os resultados negativos também se repetem no ensino médio, principalmente nas disciplinas de português e matemática.

Mas o ensino fundamental é o que mais preocupa os educadores, por ser considerado uma etapa importante para o desenvolvimento do cidadão. “Os problemas dessa fase poderão reverberar no aprendizado futuro, na formação social e no ingresso ao mercado de trabalho. Os jovens de hoje terão mais dificuldade em seus futuros passos”, afirma Claudia Vieira Levinsohn, mestre e especialista em Educação.

De acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) – IBGE, o Brasil possui hoje cerca de 11 milhões de jovens analfabetos acima dos 15 anos de idade, o que indica que é preciso avaliar a qualidade do ensino prestado pelas instituições, já que esses alunos acabaram de concluir o ensino fundamental.

Os dois anos em que crianças e adolescentes ficaram praticamente paradas dentro de casa, sem conseguir acompanhar o ensino por falta de tempo, de computador ou de internet, desafia agora especialmente os professores, que tentam entender e organizar os conflitos causados por esta defasagem.

“Há casos de alunos que deixaram de ser alfabetizados na fase em que deveriam, outros que estavam indo muito bem e agora regrediram, e ainda, àqueles que os problemas emocionais não deixaram avançar. Jovens que ficaram tanto tempo isolados e sem fazer nada, hoje têm dificuldade de se concentrar e de socializar e preferem fazer outras coisas”, destaca Claudia.

Neste cenário, a saúde mental também se mostra essencial para o andamento do aprendizado. Problemas de crianças com sintomas de depressão e ansiedade passaram a ser comuns, o que é algo novo no sistema de ensino brasileiro. Muitos alunos não conseguem atendimento psicológico na rede pública. Existem, ainda, outras demandas relacionadas ao bem-estar psicológico dos alunos como a violência doméstica, sexualidade e gênero. Mais uma vez são os professores que tentam ajudar encaminhando os alunos para acompanhamento adequado.

Para Claudia, é hora de focar e resgatar a saúde mental dos jovens, além de devolver a vontade de aprender, de trocar entre os amigos e repor o conteúdo que foi perdido. “Não adianta apresentar o teor da matéria atual sem trabalhar, em paralelo, o que deixou de ser aplicado. É importante investir na qualificação e na saúde emocional dos profissionais de ensino de forma que fiquem mais preparados para a tão desafiadora conjuntura atual”, enfatiza.

Visando o futuro, a tecnologia pode ser utilizada como o caminho para a melhoria desta situação. Mas, segundo Claudia, a utilização de plataformas online bem desenvolvidas funciona, porém não é um modelo para todos, apenas os alunos mais disciplinados e os adultos conseguem lidar melhor com o processo. E, para crianças e adolescentes, as aulas virtuais precisam ser acompanhadas da vivência escolar presencial.

“Por fim, compete às escolas tentar ajudar os alunos da maneira que for possível para diminuir a defasagem escolar; ao governo investir em políticas públicas que incentive a qualificação de professores e atendimento psicológico aos alunos; e a toda sociedade colaborar com nossos alunos para que não desistam de buscar uma educação de qualidade e que será fundamental para o seu futuro”, completa Claudia.

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DINO Agência de Notícias Corporativas

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