São Paulo 6/9/2022 – O Tipo 1 é o que mais acomete crianças e que deveriam ser diagnosticados na primeira infância.
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, é possível verificar desinformação já nas primeiras páginas do Google quando se procura pelo termo diabetes. A entidade chama a atenção para a necessidade de buscar fontes confiáveis para entender sobre a doença.
A busca por informações sobre diabetes pode gerar dúvidas e atrapalhar a busca por tratamento. De acordo com levantamento feito pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), um em cada 5 resultados de buscas sobre a doença no Google apresenta informações imprecisas sobre a doença. Em alguns casos, há indicações de terapias não comprovadas para o tratamento e indicação de remédios caseiros.
Segundo a IDF, de 30 resultados de pesquisa, seis links direcionaram os internautas para informações não verificadas. Em um caso, para o termo de pesquisa “diabetes”, os usuários viram um anúncio de uma organização que defende ‘desmamar as pessoas que vivem com a doença da insulina’. A Federação informa que para pacientes de diabetes do tipo 1, a interrupção de insulina é uma sentença de morte, por exemplo.
Por conta dessa realidade, a entidade vai usar a campanha de novembro – mês dedicado à conscientização sobre o diabetes – para chamar a atenção da população mundial sobre o problema. A campanha vai abordar o tema “Education to Protect Tomorrow” (“Educação para Proteger o Amanhã”, em tradução livre) e terá atividades que destacarão a necessidade de melhorar o acesso à educação confiável sobre diabetes para pessoas que vivem com a doença e profissionais de saúde.
A biomédica Rivanha Soares Pinto Saraiva explica que o diagnóstico de diabetes mellitus, como também é chamada a doença, quando não tratada, traz várias complicações ao paciente, resultando em outras doenças secundárias. “A patologia de forma descompensada ou não tratada, gera ao paciente sua forma mais grave e progressiva, caracterizada por outras doenças muitas das vezes irreversíveis, tais como: retinopatia, neuropatia, acidente vascular cerebral, cardiopatias, nefropatia, doença vascular periférica evoluindo para amputação”, alerta.
A profissional ressalta que o apoio da família no diagnóstico é primordial, pois o suporte afetivo na rede de cuidados paliativos auxilia no progresso da aceitação durante o tratamento com insulinoterapia. “Esse processo é feito de forma clara e confortável para todo os envolvidos, podendo ser com acompanhamento psicológico e assistência multiprofissional. O convívio com a patologia reaviva a importância do controle neurológico, exerce uma dependência emocional por não aceitação e isso influencia diretamente em um adoecimento familiar e social”, acrescenta ela.
A biomédica explica também que esse acompanhamento e cuidado da família é ainda mais importante em pacientes diagnosticados ainda na infância. Em geral, segundo ela, a diabetes em crianças costuma ser a de Tipo 1, de origem genética, ao contrário do Tipo 2, que pode ser adquirida na vida adulta por conta de fatores ambientais e comportamentais.
“O Tipo 1 é o que mais acomete crianças e que deveriam ser diagnosticados na primeira infância. A primeira infância é a fase mais importante para os pais, pois é nessa etapa que a responsabilidade social se inicia com a formação do caráter comportamental mediante a cultura social. O autocuidado familiar de forma geral é o manejo vital no processo saúde-doença e deve influenciar positivamente todo o tratamento do paciente”, ressalta ela.
Informação especializada para pacientes que precisam de tratamento
Seja no atendimento de saúde pública ou particular, a presença de biomédicos em equipes multidisciplinares é importante, podendo atuar na gestão de tecnologias da saúde e auditoria, bem como nas análises biológicas que atendem uma população alvo, tal como pacientes com diabetes mellitus. A presença desse profissional tem se tornado cada vez mais comum no atendimento à doença, pela natureza e funções exercidas nos centros de assistência à saúde e capacidade de passar informações com precisão, dando ao paciente capacidade de entender melhor sobre o tratamento proposto.
“Por estar familiarizado com as características de formação das enfermidades, como a diabetes melitus, o biomédico acaba contribuindo para que o paciente tenha acesso a um diagnóstico precoce e ciência do que a doença causa do organismo e do porquê é necessário aderir ao tratamento indicado pelos profissionais de saúde”, explica Rivanha Saraiva, que atuou em equipe multidisciplinar e em projeto social voltado ao cuidado de pessoas com diabetes.
Ela ressalta que a presença do profissional em equipes multidisciplinares de saúde no tratamento da diabetes contribui para uma anamnese mais rápida e um tratamento especializado, com tempo de espera reduzido. “Por conta de sua função, o biomédico traz o discernimento sobre as informações que devem ser transmitidas à população e os cuidados necessários para se chegar a um diagnóstico precoce”, avalia.
Segundo o Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), o biomédico é o profissional responsável por realizar exames que possibilitam complementar tratamentos de saúde através do diagnóstico por imagem, análise de tecidos, exames de biologia molecular, desenvolvimento de produtos biotecnológicos, entre outros. Além disso, o profissional também é responsável pela identificação, classificação e pesquisa científica de microrganismos causadores de enfermidades.
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