São Paulo /SP 1/12/2022 –
Modelo de ensino híbrido nas instituições educacionais reduzirá entre 35 e 45% os prejuízos de aprendizagem causados pela pandemia do COVID-19
Segundo o estudo “Perdas irreparáveis de aprendizado devido à pandemia”, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Datafolha, realizado em julho de 2022 com 1.000 jovens entre 15 e 29 anos, 61% dos entrevistados acreditam ter sofrido perdas irreparáveis em sua jornada de aprendizagem devido à pandemia de COVID-19. Na visão dos próprios estudantes, seus futuros foram destruídos e, agora, precisam ser refeitos.
Já a pesquisa “O impacto da pandemia no abandono escolar no Brasil”, realizada pelo C6 Bank/Datafolha, divulgada no início de 2021, apontou que quatro milhões de estudantes brasileiros com idades entre 6 e 34 anos abandonaram os estudos em 2020. Em termos financeiros, o estudo do C6 Bank/Datafolha aponta que o PIB do Brasil perde R$ 372 mil ao ano com cada jovem que deixa a sala de aula. A queda de um ponto percentual nos índices de evasão escolar pode, por outro lado, evitar até 550 homicídios por ano.
Para os pesquisadores do Observatório da Educação, órgão do Instituto Unibanco que realizou o estudo “Perda de aprendizagem na pandemia”, um caminho possível de reconstrução da educação nacional passa pelo uso do ensino híbrido. Para isso, os experts do Observatório da Educação recomendam que é necessário somar as inovações digitais a ações customizadas de engajamento de estudantes e de aceleração de aprendizagem. A pesquisa revela que as instituições educacionais que adotarem o modelo de ensino híbrido conseguirão reduzir as perdas de aprendizagem causadas pela pandemia do COVID-19 entre 35 e 45%.
Para Luis Arís, gerente de desenvolvimento de negócios da Paessler LATAM, empresa especializada em monitoração de ambientes digitais, com base no relatório do Observatório da Educação, o ano de 2023 será crítico para que alunos de escolas públicas e privadas brasileiras deixem no passado as perdas causadas pela pandemia. Arís explica que a batalha pela retomada dos estudos pós-pandemia do COVID-19, passa em várias frentes, pela disseminação do acesso à Internet e à tecnologia da informação a todos os estudantes brasileiros. O executivo conta que em 2021, o Congresso aprovou a Lei da Conectividade, que assegura acesso à Internet, com fins educacionais, a alunos e professores da educação pública, por meio do repasse de R$ 3,5 bilhões aos estados. Outra fonte de verbas para a digitalização da educação brasileira é o Fundo de Universalização de Serviços de Telecomunicações (FUST), que deverá destinar em 2023 R$ 10 milhões à ampliação do acesso à Internet de banda larga nas escolas. Conforme deliberações do Conselho Gestor do FUST, há a possibilidade dessa verba chegar a R$ 107 milhões.
“Esses investimentos podem contribuir para reduzir o abismo que separa a educação pública da privada no Brasil”, Arís afirmar isso com base no estudo do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), divulgado em novembro de 2021, que mostra que quase 95 mil escolas públicas apresentaram dificuldade em realizar as atividades de ensino híbrido ou presencial baseados em computadores. “Faltavam acesso à Internet, computadores, celulares e professores com domínio sobre novas tecnologias. Devido à falta de uma rede Wi-Fi confiável, os professores eram obrigados a trabalhar em dobro. Tornava-se necessário desenvolver duas aulas – uma para se a tecnologia/internet estivesse funcionando e outra para se a tecnologia não estivesse funcionando. O impacto dessa realidade na produtividade do professor e na dinâmica em sala de aula pode ser expressivo”, disse o porta-voz da Paessler.
Luis Arís ressalta que o documento do Cetic revelou que quando, porém, a mais avançada tecnologia é integrada às aulas de maneira alinhada às melhores práticas pedagógicas, o engajamento do aluno aumenta e a jornada de aprendizagem fica mais suave. O gerente da Paessler explica que a conquista dessa meta passa pela entrega de serviços digitais de qualidade a professores, alunos e gestores. “Neste contexto, o monitoramento da infraestrutura de TI e Telecomunicações da escola é estratégico: sua missão é prover um método centralizado de identificação de qualquer problema técnico, evitando que falhas aconteçam”, afirma Arís.
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