13/2/2023 –
Especialista comenta como surgiu o termo e como pode ser útil dentro e fora de grandes corporações, além dos benefícios para a sociedade
Na década de 90, o cientista Kevin Ashton criou a expressão IoT (Internet of Things, em português: Internet das Coisas) para descrever um tipo de rede que conecta objetos do mundo físico à internet. Em 2023, uma pesquisa do FGV (Fundação Getulio Vargas) mostrou que o Brasil vai atingir 216 milhões de computadores em uso, chegando à marca de 1 máquina por habitante. A conectividade dos brasileiros cresce em uma constante anualmente, e para este ano, a ampliação da IoT é uma das tendências.
Segundo um estudo do IoT Analytics Research 2021, os investimentos no setor saltaram dos US$ 128 bilhões em 2020 para uma potencial marca de US$ 400 bilhões em 2025. A pesquisa mostrou que haviam 13 bilhões de dispositivos conectados no ano passado, podendo chegar a 25 bilhões até 2025.
No Brasil, o desenvolvimento das bases para o plano nacional de IoT teve início no final de 2016 com a assinatura de um acordo de cooperação entre o então Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). As tratativas deram origem ao Decreto nº 9.854, de 25 de junho de 2019, que instituiu o Plano Nacional de Internet das Coisas – no texto, é ressaltada “a finalidade de implementar e desenvolver a Internet das Coisas no país e, com base na livre concorrência e na livre circulação de dados, observadas as diretrizes de segurança da informação e de proteção de dados pessoais”.
Para Rosane Roverelli, Managing Director da Advantech Brasil, a evolução da Internet das Coisas permitiu a conexão entre pessoas, máquinas e equipamentos em escritórios, indústrias e nos domicílios. “Ao conectar dispositivos à internet, empresas e indivíduos podem controlá-los remotamente e coletar dados para análise de tendências, padrões e fazer novas descobertas e oportunidades de negócio com a finalidade de facilitar o dia a dia das pessoas”.
Existe uma subclassificação da Internet das Coisas (IoT), chamada de Internet Industrial das Coisas (IIoT), que é voltada para aplicações nas indústrias. “Impulsionada pela convergência de Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia Operacional (OT), a IIoT é uma matriz de redes conectando equipamentos e dispositivos mais robustos”, explica Roverelli. “Este dispositivo permite, ainda, que sejam melhorados aspectos do desempenho da produção, pois pode ser usado para identificar problemas e otimizar processos”.
As principais estratégias da Internet das Coisas
Novas tecnologias estão sendo implementadas todos os dias, entre elas, o 5G se destaca – entre julho e outubro, todas as capitais brasileiras receberam a liberação para o uso da tecnologia. “Com a chegada do 5G e de redes específicas LoRa [tecnologia de rede de área ampla de baixa potência], o momento tornou-se ainda mais favorável para ampliar a adesão e as possibilidades que a IoT proporciona”, comenta Roverelli.
A aplicação de soluções da internet das coisas é ampla. A IoT está na infraestrutura de cidades inteligentes, como em sistemas de monitoramento inteligente de tráfego em rodovias e de vagas em vias públicas e shoppings; vigilância; transportes inteligentes; no tratamento e abastecimento de água e energia; prevenção de inundações; leitura de hidrômetros e relógio de energia residencial, entre outros serviços.
Na logística, a Internet das Coisas também se encontra através de sistemas de vigilância em caminhões para garantir uma entrega bem-sucedida e a segurança do motorista, e no varejo, para controle de estoque e dados sobre a jornada de compra dos clientes.
A IoT também é utilizada em agendas ESG (Environmental, Social and Governance, em português, Ambiental, Social e Governança), na redução de emissões de carbono, através do gerenciamento de resíduos, coleta seletiva de lixo e no controle de recursos naturais como água e energia. Além disso, na área da saúde, pode ser utilizado no monitoramento remoto de pacientes.
Roverelli, por fim, destaca que a IoT pode ser aplicada no agronegócio, com as “smart farming”, que usam tecnologias para coleta e transmissão de dados obtidos do solo. “As consequências do uso da IoT é o aumento da produção de alimentos de mais qualidade e de forma sustentável, porque haverá economia de recursos como a água e fertilizantes”, pontua.
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