16/2/2023 – Por meio dos fundos, uma corporação pode trazer inovação de forma rápida para algo sensível: a proteção de seus dados
Silvério Garbuio, analista de Corporate Venture Capital da Valetec, fala sobre segurança digital e explica por que os fundos são uma opção para encontrar soluções contra vazamentos de dados
Um estudo global da empresa de segurança cibernética Tenable indicou que mais de 40,4 bilhões vazamentos de dados ocorreram no mundo em 2021. Destes, 815 milhões aconteceram no Brasil – uma alta de 78% no total de registros expostos no período.
No Brasil, foi a administração pública quem sofreu o maior número de ataques, com 29,8%. Em segundo lugar, vem o setor financeiro, com 27%, conforme publicado pelo Canaltech. A nível mundial, as maiores vítimas dos criminosos digitais foram as empresas e instituições dos setores de saúde (24,7%), educação (12,9%) e governo (10,8%).
Silvério Garbuio, analista de Corporate Venture Capital da Valetec, destaca que o vazamento de dados é uma preocupação para empresas de todos os portes. Apesar disso, grandes empresas são particularmente vulneráveis ao vazamento de dados devido ao grande volume de dados que armazenam e gerenciam. Isso pode levar a perdas financeiras, danos à reputação e até repercussões legais.
“Toda empresa tem uma infinidade de dados, o que leva à pergunta: como protegê-los? Qual a melhor solução?”, destaca Garbuio. Felizmente, segundo ele, existem medidas que as empresas podem tomar para mitigar o risco de vazamento de dados, como a implementação de políticas de segurança.
“Ademais, apostar em elementos como criptografia de dados confidenciais, monitoramento da atividade do usuário e em níveis de acesso e treinamento de funcionários sobre práticas adequadas de manipulação de dados é uma alternativa para mitigar o risco dos vazamentos”, explica. Para ele, ao tomar as medidas de segurança, as grandes empresas podem proteger suas informações confidenciais contra vazamentos ou uso indevido.
Fundos de CVC facilitam a busca por cibersegurança
O analista de Corporate Venture Capital da Valetec também destaca que, com o cenário de segurança cibernética em constante evolução, as grandes corporações estão enfrentando uma pressão imensa para se manterem à frente. Nesse panorama, os fundos de CVCs (Corporate Venture Capitals, na sigla em inglês – Capital de Risco Corporativo, em português) são uma opção, pois oferecem capital e acesso ao mercado.
O executivo explica que os CVCs buscam empresas inovadoras no mercado de cibersegurança, de forma que, a partir da sinergia de grandes corporações e startups, surjam projetos estratégicos focados no desenvolvimento dessas ferramentas, na aceleração do crescimento e que agregue valor a ambos, com um nível maior de mitigação dos riscos.
Garbuio pontua, ainda, que determinados setores da economia, como os de tecnologia e telecomunicações, não apenas precisam desses serviços para si mesmos, como também para oferecer aos seus clientes, principalmente pequenas e médias empresas. Nesse sentido, tais empresas podem optar por desenvolver seus próprios sistemas, ou procurar soluções existentes no mercado.
E, de fato, esta segunda opção vem sendo cada vez mais incluída nas teses de CVCs, na busca por startups que já tem seus produtos em operação, mas que ainda não possuem escalabilidade. “Quando uma empresa investe numa startup como essa, acelera o processo de implantação e mitiga o risco”, explica o analista de Corporate Venture Capital da Valetec.
Recentemente, a Tenable, empresa de segurança cibernética com sede nos EUA, anunciou a criação da Tenable Ventures, fundo de investimento para apoiar startups de segurança cibernética. De acordo com a empresa, o investimento pode chegar a US$ 25 milhões (R$ 130,03 milhões) e terá como foco startups de todo o mundo em estágio inicial que estejam trabalhando em novas soluções para cibersegurança.
Garbuio ressalta que, diante de um risco de vazamento de dados cada vez mais alto, as grandes corporações buscam investir em soluções que possam mitigar esse risco – e o Corporate Venture Capital é um caminho escolhido por essas corporações: “Isso garante que startups de cyber security estão sendo vistas de perto. Inclusive, muitas estão recebendo aportes”, afirma. “Por meio dos fundos, uma corporação pode trazer inovação de forma rápida para algo sensível: a proteção de seus dados”, conclui.
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