25/11/2022 – Os drones podem ajudar a fazer o levantamento de informações sigilosas, o planejamento de segurança de área e a vigilância de empresas, condomínios e muito mais
Roubos e crimes sexuais aumentaram em 2021, mostra estudo; coordenador acadêmico do ITARC explica como os drones podem ajudar empresas privadas e órgãos de segurança pública
Com cerca de 2,7% dos habitantes do planeta, o Brasil foi responsável por 20,4% dos homicídios no último ano. A informação é do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que mostra que foram registrados 232.676 assassinatos em 102 países. No Brasil, foram 47.503.
Ainda segundo o levantamento, 847.313 celulares foram roubados ou furtados no país em 2021. O número de roubos a estabelecimentos comerciais (6,5%), residências (4,7%), instituições financeiras (11%) e de carga (2,4%) aumentou no mesmo período. Além disso, os crimes de violência sexual cresceram 4,2%, com o registro de 66.020 estupros em 2021.
O balanço demonstrou o baixo controle da PF (Polícia Federal): 1.096.398 indivíduos compõem a força de trabalho da segurança privada. Destes, apenas 495.989 estão sob supervisão da instituição, que é subordinada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Nesse panorama, Felipe Calixto Reis, coordenador acadêmico do ITARC – empresa que atua com cursos de drones -, explica que empresas de segurança privada e forças de segurança pública, que buscam reverter o quadro exposto pelo anuário, podem fazer uso de drones em suas ações dentro de um contexto tático e de segurança, onde é comum existir alto grau de risco à vida das pessoas e necessidade de monitoramento de áreas.
“Os drones podem ajudar a fazer o levantamento de informações sigilosas, o planejamento de segurança de área e a vigilância de empresas, condomínios e muito mais”, afirma. “Ademais, a tecnologia favorece a utilização de armamentos letais e não-letais, a identificação e neutralização de suspeitos e o reconhecimento e vigilância de pontos de interesse”, complementa.
Na visão de Calixto, os drones podem ser utilizados como ferramentas para garantir o êxito dessas missões, pois oferecem informações estratégicas vitais para a atuação assertiva das forças de segurança.
“Com o apoio do drone, as organizações não precisam expor seus agentes ao risco. Por meio da tecnologia, é possível obter imagens aéreas de todo o teatro operacional, além de um patrulhamento mais rápido e eficiente”, diz ele.
Segundo o especialista, os drones ainda possibilitam: movimentação furtiva e imperceptível; detecção de elementos suspeitos; identificação de invasões ao perímetro; análise eficiente de forças adversas; cobertura de áreas extensas sem risco e com eficiência, e o planejamento nas operações de segurança, agindo de forma a obter êxito em missões de busca, apreensão ou vigilância.
“Aliás, em posse das informações estratégicas fornecidas pelos drones, é possível evitar confrontos desnecessários e levantar informações para proteger a integridade física de agentes e transeuntes e fazer ações de inteligência sem expor agentes de campo”, afirma.
Panorama e perspectivas para o uso de drones na segurança
Calixto conta que as possibilidades para os drones de classe 3 (até 25kg), em contextos de operações de segurança, vêm se tornando cada vez mais essenciais e estratégicas, pois a tecnologia está mais confiável e oferece vários recursos para situações táticas, como furtividade, câmeras térmicas, holofotes e alto falantes embarcados, identificação de pessoas e objetos, voos de reconhecimento e voos automáticos, entre outros.
Apesar disso, o coordenador acadêmico do ITARC ressalta que uma ferramenta pouco conhecida ou mal empregada não causará o efeito desejado. “Para entregar resultado, toda tecnologia precisa ser dominada em todos os seus aspectos”.
Ele destaca que falta conhecimento por parte de órgãos e forças de segurança pública e do setor privado com relação à regulamentação, entendendo seus direitos e deveres. “As organizações também precisam se atualizar sobre a tecnologia e a forma de empregá-la, objetivando otimizar processos e operações”.
Calixto afirma que a ITARC coleta informações com agentes de segurança oriundos de diversos setores, como policiais federais, policiais militares, forças armadas e agentes civis. Com isso, a empresa constatou que prevalece a imaturidade sobre a melhor forma de aplicar a tecnologia, ou mesmo desconhecimento sobre as possibilidades e os resultados que se consegue alcançar com o uso do drone nestes contextos.
“Há um universo de possibilidades para o aumento da eficiência e emprego tático de uma tropa ou força de segurança”, afirma Calixto. “Em um futuro próximo, os drones promoverão uma revolução em regras de engajamento, doutrinas operacionais e táticas e formas de atuação de agentes de segurança – seja para rondas e patrulhamento aéreo, ou mesmo para atividades de inteligência complexas”, conclui.
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