10/11/2022 –
A Copa do Mundo chega movimentando as pessoas e a economia pelo mundo inteiro. No Brasil, as empresas de saúde sentem os reflexos desse grande evento.
A Copa do Mundo começa no dia 20 de novembro e está sendo muito esperada por todos. No Brasil, esse período é como um grande “pseudoferiado”, que leva as pessoas às ruas, empregados são liberados das empresas e tudo vira uma grande reunião com a família e amigos para assistir aos jogos da seleção.
Porém, a Copa do Mundo, por ser um grande evento que movimenta o mundo inteiro, também causa grande impacto na economia de uma maneira geral. O setor de saúde, que frequentemente patrocina clubes de futebol e está inserido no mundo do esporte, recebeu previsões de ser um dos mais afetados neste ano.
Nas Copas de 2014 e 2018, por exemplo, operadoras como a Bradesco Saúde, Porto Seguro e OdontoPrev perceberam os índices de sinistralidade caindo significativamente. Portanto, com análises de edições anteriores da Copa, como mostra uma reportagem veiculada no portal Exame Invest, é possível afirmar que há uma redução ou adiamento nas frequências não emergenciais em hospitais e centros de diagnóstico durante o mundial, beneficiando os índices de sinistralidade dos planos de saúde.
Além disso, como o evento acontece no final do ano, época de férias, feriados e festas de fim de ano, já é comum que hospitais e laboratórios tenham uma sazonalidade mais fraca nessa época do ano. Por isso, este ano espera-se uma sazonalidade ainda menor.
Em uma pesquisa feita pela BTG Pactual, a equipe de analistas acredita que operadoras de plano de saúde como a HapVida e a OdontoPrev devem ter performance superior à das prestadoras de serviços como, por exemplo, a Rede D’Or, Fleury, Mater Dei, Dasa e Kora Saúde. Como os dias de jogos são tratados quase como feriados, as pessoas tendem a adiar procedimentos e exames, prejudicando a frequência dos clientes destas companhias, explicam os analistas.
O laboratório Fleury, por exemplo, reportou que no segundo trimestre de 2014 e 2018 e terceiro trimestre de 2018 que o “efeito Copa do Mundo” prejudicou as frequências durante esses períodos. “Houve uma clara desaceleração no número de exames por unidade nos trimestres citados. Mais uma vez, não estamos dizendo que os números refletem exclusivamente os efeitos da Copa do Mundo, mas obviamente tiveram um impacto”, declarou o laboratório.
Dessa forma, a pesquisa prevê que nesse período de Copa e final do ano, hospitais e laboratórios provavelmente terão algum prejuízo, enquanto as operadoras de planos de saúde têm uma previsão vantajosa.
O BTG ressalta também que a venda de planos de saúde registrou desaceleração em edições anteriores da Copa – mas em uma menor extensão do que a queda na sinistralidade, de modo que o balanço para estas companhias é positivo.
O que é sinistralidade e como a Copa do Mundo altera esse índice?
Basicamente, ela é um indicador sobre os resultados da utilização do plano. Esse índice é obtido na relação entre a quantidade de procedimentos feitos pelos beneficiários (sinistros) e o valor pago por eles à operadora (prêmio).
O cálculo de sinistralidade em seguros de saúde é relativamente simples. O valor gasto pelos usuários é dividido pela quantia paga, pois, cada cliente (sinistro) gera um custo adicional para a operadora de planos de saúde. Assim, cada vez que um serviço é acionado, a sinistralidade fica maior. Isso significa que os custos da empresa com os clientes também aumentam.
Dessa forma, durante a Copa do Mundo, que será no mesmo período das férias de verão, menos pessoas acionam os planos de saúde, de forma que o custo diminua para essas operadoras.
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