10/11/2022 –
De acordo com relatório do Sebrae, 66% dos agricultores usam tecnologias digitais para planejar atividades; especialista aponta que a tendência é que esse tipo de processamento de informações seja cada vez mais abrangente
Desde os anos 60, o termo Business Intelligence (BI) já é utilizado para se referir ao conjunto de práticas de coleta, processamento e análise de dados referentes a um nicho de negócios. Desse modo, a Inteligência de Negócios (em português) possibilita que profissionais possam ter uma visão ampla do setor, da sua própria atividade e da atividade da concorrência, de modo a comparar dados para obter resultados e estratégias mais satisfatórias. Dentre as práticas utilizadas no BI, estão, por exemplo: análises descritivas, análises estatísticas, preparação de dados, geração de relatórios, entre outros.
Nos últimos anos, o BI passou a contar com tecnologias de processamento de dados mais avançados, o que permitiu uma aplicação em diversos setores da indústria, desde a logística náutica até a agricultura. No campo, produtores já utilizam o BI para fazer previsões muito aproximadas de resultados de colheitas, safras, variações de valores, logística e demais trâmites relativos ao setor.
Dentre as tecnologias utilizadas no campo, segundo relatório emitido pela Embrapa, 40% dos produtores usam ferramentas digitais para compra e venda e 66% dos agricultores se utilizam de tais ferramentas para obter informações e planejar atividades, 43% gerem a propriedade a partir de tecnologias digitais e 32% as utilizam para prever riscos climáticos.
Marcelo Menezes, CEO da Lean Solutions, empresa de treinamento em Business Intelligence, afirma que o BI tem ajudado o agronegócio a se tornar mais eficiente e produtivo, principalmente nas cadeias de produção, logística, pesquisa e manutenção. “Uma utilidade de Business Intelligence para o agronegócio está na centralização dos indicadores em uma única tela, em que é possível analisar os marcadores de qualidade do solo e nível de iluminação em cada acre de terra de toda a fazenda”, explica o CEO.
Profissionais do ramo da agricultura ainda encontram dificuldades para colocar em prática inteligências de negócios de maneira digital, pois, de acordo com a Embrapa, a ausência de infraestrutura de conectividade é o maior entrave da agricultura digital para 61% dos entrevistados do levantamento. Outro fator que gera dificuldades na implementação do Business Intelligence é a falta de conhecimento do funcionamento das tecnologias, o que afeta 41% dos produtores.
No entanto, os produtores se mostram interessados em aperfeiçoar seus sistemas de coleta e processamento de informações utilizando softwares e ferramentas digitais. “A utilização do BI dentro do agronegócio está deixando de ser algo comum em alguns setores mais estratégicos e assumindo o protagonismo em diferentes setores da indústria”, salienta Marcelo.
O especialista ainda aponta que a tendência é de se investir cada vez mais em tecnologia da informação, para auxiliar tanto os tomadores de decisão quanto as pessoas operacionais. Dessa maneira, pontua, será possível criar uma cultura data driven que permita desenvolver processos de forma adequada e eficiente, utilizando dados como direcionadores dos pensamentos.