Categories: noticias-corporativas

Tamanho da licença para gastar na PEC da transição preocupa mercado financeiro

SP 23/12/2022 – A reabertura da economia chinesa deve ganhar importância nos próximos meses e tem potencial para gerar mais um choque inflacionário na economia mundial

O movimento de alta das bolsas americanas foi impulsionado pela percepção dos investidores de que a inflação americana atingiu o pico e desacelerará nos próximos meses

Em novembro, um mês após a definição da eleição presidencial, a regra fiscal que será perseguida nos próximos anos segue indefinida. Nova proposta da PEC da Transição prevê retirada de R$ 198 bilhões do Teto de Gastos pelo prazo de quatro anos. Pela intenção de governo eleito de ampliar os gastos primários, Marcos Rogério (PL-RO), vice-líder do governo, descartou a aprovação da PEC sob o argumento de que esse valor coloca em risco as contas públicas.

Segundo matéria do portal de notícias UOL, um dos principais questionamentos do mercado financeiro é a ausência de um limite estabelecido para o chamado “waiver” – licença para gastar – que abrigará as promessas de campanha do presidente eleito. No Congresso, a avaliação é de que dificilmente um “cheque em branco” seria aprovado. Articuladores do PT prometeram definir um valor para o gasto extra em 2023, mas ainda não se comprometeram a colocar esse limite definitivamente no texto da PEC.

Para o economista Felipe Bernardi Capistrano Diniz, “nesse cenário, sem perspectivas claras de uma política fiscal que possa garantir a solvência das contas públicas, o Ibovespa interrompeu a sequência de quatro meses consecutivos de alta e caiu 3,1% no mês”. Mais importante, diz ele, “as taxas de juros no mercado futuro apresentaram elevação expressiva, com o mercado tirando a precificação de cortes da taxa Selic ao longo do próximo ano.

No âmbito internacional, os ativos de risco registraram performance positiva. As bolsas americanas valorizaram pelo segundo mês consecutivo; as taxas de juros americanas recuaram; e o dólar se desvalorizou perante as moedas das principais economias desenvolvidas. Este movimento foi impulsionado pela percepção dos investidores de que a inflação americana atingiu o pico e desacelerará nos próximos meses, e pela expectativa de que o FED reduzirá o ritmo de alta de juros na próxima reunião. De acordo com o portal da Globo, a inflação ao consumidor, em termos anuais, apresentou uma desaceleração de 0,4 p.p., para 7,7%. Para Felipe Bernardi Diniz, “membros do FED reforçaram a intenção de reduzir o ritmo de juros em dezembro porque as taxas de juros americanas estão em patamar restritivo, o que recomenda maior cautela no aperto monetário”.

Ao mesmo tempo, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, reforçou a intenção de subir a taxa de juros para patamares mais elevados, em uma tentativa de dissociar as discussões sobre ritmo de alta de juros das estimativas de taxa terminal do ciclo. O comportamento dos ativos de risco no mês passado, contudo, mostrou que a tarefa do FED é desafiadora, dado que a comunicação do FED levou a um afrouxamento relevante das condições financeiras. Para reduzir a inflação americana para a meta de 2%, o FED precisará fazer justamente o oposto; precisará apertar mais as condições financeiras da economia americana para reduzir a demanda agregada e corrigir o desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado de trabalho.

Na China, segundo matéria da CNN, a disparada de novos casos da Covid-19 fez com que os governos locais mudassem sua postura, reconhecendo a forma mais branda dos sintomas da atual variante, e o mais provável é que trabalhem na direção do relaxamento progressivo das restrições. Isto portanto, fez com que o mercado passasse a precificar uma maior probabilidade de uma reabertura mais rápida da economia chinesa. Diz Felipe Bernardi Diniz, “este tema deve ganhar importância nos próximos meses, e tem potencial para gerar mais um choque inflacionário na economia mundial”. Para ele, “a perspectiva de reabertura na China e a redução no ritmo de aperto monetário nos EUA podem tornar o ambiente global menos conflituoso, pelo menos até que a recessão nos EUA  se concretize”.

Em resumo, conclui Felipe Bernardi Diniz, “a desaceleração da atividade econômica, que poderia ser utilizada para dar início a um ciclo de afrouxamento monetário já em 2023, poderá significar mais gastos públicos no próximo ano e seguintes, trazendo ao país uma combinação de juros elevados, impostos mais caros, inflação alta e PIB em queda”.

Compartilhe
DINO Agência de Notícias Corporativas

Agência de notícias corporativas. Conteúdos publicados em rede de parceiros online. Na lista de parceiros estão grandes portais, como os casos do Terra, do Metrópoles e do iG. Agência Estado e Agência O Globo também fazem parte desse time, assim como mais de uma centena de sites e blogs espalhados país afora.

Recent Posts

Giuliana Flores prevê aumento de 20% nas vendas para o Dia dos Avós

Data celebra a importância dos mais velhos da família; ticket médio deve ser de R$…

1 dia ago

Falconi eleita Top Consulting Firms em ranking internacional

Com atuação em mais de 40 países, a Falconi foi escolhida uma das 25 melhores…

1 dia ago

Derrick Henry, jogador da NFL, junta-se à Amazfit como atleta embaixador

Henry usará os produtos Amazfit para promover a saúde, a recuperação e o desempenho ao…

1 dia ago

Vistos de trabalho são alternativas ao ‘Trump Card’

Enquanto o visto de R$ 28,7 milhões ganha os holofotes, o diploma e a experiência…

1 dia ago

Inteligência de dados avança no setor fotovoltaico

Uma das principais construtechs do país, a Hoff Analytics apresenta um case que revela como…

1 dia ago

Tarifaço: Prestex vê oportunidade com logística emergencial

Com as novas diretrizes tarifárias anunciadas pelo governo norte-americano no mês de julho, o Brasil…

1 dia ago