SP 20/2/2023 – O evento de Americanas levantou suspeitas em relação ao setor de varejo como um todo e com isso os papeis apresentaram abertura importante dos spreads
O evento de Americanas levantou suspeitas em relação ao setor de varejo como um todo e com isso os papeis apresentaram abertura importante dos spreads, tornando o humor do mercado bastante negativo. Como resultado, os emissores mais alavancados e/ou com maior necessidade de rolagem no curto prazo sofrerão, pois o investidor passará a exigir maior prêmio
No mês de janeiro, os ativos brasileiros apresentaram uma performance positiva, com o Índice Bovespa subindo 3,37% e o Real apreciando 4% (cotado em R$5,07/US$). Isso a despeito do ato de vandalismo em Brasília no dia 08 de janeiro, do anúncio das inconsistências no balanço das Lojas Americanas no dia 11 de janeiro e finalmente o fato relevante da Light no dia 30 de janeiro informando a contratação de empresa de consultoria para auxiliar no reperfilamento de sua estrutura de capital.
Sem dúvida, o evento mais relevante para os investidores brasileiros foi a inesperada divulgação da empresa Americanas S.A. sobre as ditas “inconsistências contábeis” de bilhões de reais em suas demonstrações financeiras. As ações da empresa fecharam com queda de 84% enquanto os títulos de suas dívidas eram negociados por volta de 15% do seu valor de face.
De acordo com Felipe Bernardi Capistrano Diniz, ”o evento de Americanas levantou suspeitas em relação ao setor de varejo como um todo e com isso os papéis apresentaram abertura importante dos spreads, tornando o humor do mercado bastante negativo”. Como resultado, os emissores mais alavancados e/ou com maior necessidade de rolagem no curto prazo sofrerão, pois o investidor passará a exigir maior prêmio.
Na parte internacional, as bolsas globais passaram por altas significativas neste mês: +6.2% no S&P 500 e +9.8% no EuroStoxx. Considerando que 2022 foi o pior ano para renda variável desde a crise de 2008, o S&P 500 também se encontra significativamente abaixo dos níveis do início do ano passado, como se pode ver a seguir:
O cenário de queda da inflação na Europa, explicado em parte por um inverno menos rigoroso, e o processo de reabertura da economia chinesa contribuíram para um forte e rápido movimento de revisão das projeções para crescimento na região. Os indicadores de mobilidade da China seguiram melhorando, em função da mudança de postura das autoridades em relação à pandemia. Também foram anunciadas algumas medidas monetárias e regulatórias que estimulam o setor de construção civil. Estes desenvolvimentos contribuíram para a continuidade na elevação dos preços das commodities metálicas, bolsas e moedas em geral. Diz Felipe Bernardi Diniz, “é possível que haja novos anúncios de estímulos nas próximas semanas, período que antecede a reunião anual do partido chinês, prevista para o início de março, quando a meta de crescimento do PIB para o ano deve ser confirmada”.
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