Categories: noticias-corporativas

E-commerce internacional: como se adequar à nova norma sobre importações B2C?

24/2/2023 –

Com comércio eletrônico cada vez mais forte, as empresas precisam ter conhecimento sobre o cenério regulatório das transações B2C.

Em uma era de transformação digital, as transações online se tornam mais comuns a cada dia. No Brasil, o comércio eletrônico ganhou espaço nos últimos anos, com plataformas estrangeiras impulsionando as compras online no país. De acordo com pesquisas da Receita Federal, o e-commerce deve crescer a uma taxa anual de 20% nos próximos anos, saltando de U$ 211 bilhões em 2022 para U$ 400 bilhões em 2026. Hoje, o país responde por mais de 40% de todas as vendas online da América Latina e é um dos 10 mercados de maior interesse para varejistas asiáticos em busca de expansão internacional.

Cada vez mais maduro, o varejo online fortalece a economia e facilita a vida dos consumidores. Entretanto, o aumento das importações e a valorização da taxa de câmbio em relação ao real têm alertado para o aumento das fraudes nas operações de importação.

O combate às irregularidades na importação, principalmente as fraudes aduaneiras, é um dos grandes desafios dos governos e do setor privado.

Para evitar o desequilíbrio do mercado e combater as irregularidades, a Receita Federal publicou a Instrução Normativa nº 2.124, em 16 de dezembro de 2022, complementando regras para haver uma unidade nos negócios online e oportunizando melhorias no compliance para a aduana. Entre outros benefícios, a nova norma também visa proporcionar segurança jurídica, oferecendo regras iguais e garantias processuais para todos, como a possibilidade do desembaraço aduaneiro antecipado e a permissão da aplicação da alíquota integral, o que possibilita uma tributação menor do que aplicado no Regime de Tributação Simplificada, em categorias específicas.

Outro ponto importante é a tratativa com relação ao “Camelódromo virtual”, que prejudica o varejo nacional. Essa prática consiste na introdução de produtos no país sem o correspondente pagamento de tributos, o que causa sérios prejuízos aos cofres públicos.

A partir do prazo estabelecido na norma, toda remessa internacional deverá fornecer, via empresa de Courier ou Correios, os dados elencados na norma, para que o sistema da Receita Federal efetue o desembaraço da remessa de forma mais célere, e até mesmo, antecipado. Com isso, o órgão ganha a possibilidade de avaliar a gestão de risco, indicando as remessas que necessitem de saneamento das informações pelo operador antes da chegada ao país, quais delas terão a entrada impedida ou quais necessitarão de uma Declaração de Importação de Remessa (DIR), permitindo o desembaraço aduaneiro do objeto antes mesmo de sua chegada no recinto alfandegado.

Com as novas regras, a Receita Federal consegue, ainda, acompanhar os vendedores globais, incluindo rotinas de arquivamento e verificação de protocolos, além de aumentar a capacidade de fiscalização no varejo digital por meio de ritos de compartilhamento e informações da plataforma ou transação financeira.

Ao atribuir responsabilidades também aos agentes logísticos, incluindo a arrecadação de impostos e o compartilhamento dos dados sobre embarques internacionais, torna-se possível organizar a cadeia de ponta a ponta, agilizando o processo de manuseio e garantindo maior celeridade e transparência para o consumidor.

A notícia boa é que hoje já existem tecnologias de ponta já prontas para apoiar a adequação dos empreendedores a esse novo processo. Com a padronização do mercado, as vendas tendem a crescer significativamente e as operações podem se tornar complexas, mas algumas soluções ajudam a integrar todos os atores da cadeia: do armazém e aeroporto ao mercado de destino, e todas as necessidades de transação, desde carteiras, processos de segurança, estoque, processos alfandegários, gerenciamento e compliance.

Novas normas muitas vezes demandam tempo para se tornarem naturais no dia a dia, mas quem se prepara, sai na frente. Em uma sociedade digital, a inovação é um diferencial para os mais diversos segmentos e pode garantir a saúde e expansão dos negócios.

*Por Fábio Baracat, CEO da Sinerlog

Website: https://www.sinerlog.global/

Compartilhe
0
0
DINO Agência de Notícias Corporativas

Agência de notícias corporativas. Conteúdos publicados em rede de parceiros online. Na lista de parceiros estão grandes portais, como os casos do Terra, do Metrópoles e do iG. Agência Estado e Agência O Globo também fazem parte desse time, assim como mais de uma centena de sites e blogs espalhados país afora.

Recent Posts

Tecnologia antiga resiste e se mantém essencial em empresas

Utilizado em campanhas de marketing, notificações e segurança, o SMS oferece um canal de comunicação…

19 horas ago

Dubai Future Foundation publica relatório especial “Global 50” sobre a juventude antes da Cúpula da ONU

Elaborado com contribuições de especialistas internacionais e de especialistas estabelecidos dos Emirados Árabes Unidos, o…

19 horas ago

Além do salário: a desigualdade de gênero persiste

Ambiente de trabalho saudável, flexibilidade e oportunidades de desenvolvimento igualitárias são fatores importantes para a…

19 horas ago

Linea Alimentos lança wafer sem adição de açúcares

Biscoito é um alimento que tem penetração de 99,7% dos lares brasileiros. Marca traz versão…

19 horas ago

Famosos “gatos” de energia geram perdas econômicas

Executivo explica que as ligações clandestinas de energia geram um custo que acaba sendo repassado…

19 horas ago