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Após ‘Brexit’, Itália aprende com ‘Bregret’ no Reino Unido

22/2/2023 –

Especialista comenta o que a Itália pode aprender com a saída do Reino Unido da União Europeia e o que muda na cidadania italiana

Segundo uma previsão do FMI (Fundo Monetário Internacional, o Reino Unido será o único país do G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, a entrar em recessão em 2023. A economia britânica se livrou de uma recessão no ano passado por 77 milhões de libras, mas o PIB (Produto Interno Bruto) deve contrair-se com os impactos da alta inflação e de juros elevados ainda a serem sentidos. Esse cenário tem sido denominado como Bregret, termo que une Br de “Britain” (Bretanha) com a palavra “regret” (arrependimento), e tem atraído pessoas para cidades italianas.

Já o Brexit é uma abreviação de “Britain” com “exit” (saída), termo que se popularizou com as campanhas pró e contra a saída do Reino Unido da União Europeia. A saída do país do bloco econômico foi determinada por meio de um referendo votado em 23 de junho de 2016 por 17,4 milhões de pessoas. E após um período de transição, a saída completa dos britânicos se iniciou em 1 de janeiro de 2021.

Com o Brexit, algumas mudanças concorreram, entre elas, o fim da livre circulação de pessoas, a imposição de controles aduaneiros e a limitação de serviços que antes fluíam de um lado para o outro sem grandes restrições. O que afeta pessoas com cidadania italiana que estavam a trabalho ou moradia no Reino Unido, e também cidadãos britânicos que estavam na Itália.

Os efeitos do Brexit na Itália

Uma matéria do site G7 mostrou que a demanda por apartamentos de luxo está crescendo em Milão, com complexos em áreas nobres, assim que chegam ao mercado, já são comprados. O texto aponta que o efeito é devido ao fluxo de banqueiros internacionais, gestores de fundos e investidores de private equity, que mudaram-se de Londres para a capital financeira da Itália devido às repercussões negativas do Brexit. 

Para Lilian Ferro, CEO da Simonato Cidadania, a Itália aprendeu muito com a questão do Brexit. Ela acredita que a nação entendeu que hoje, dentro do bloco, os italianos possuem mais força, e ainda não é um país preparado para arcar com a custosa saída da UE. “O Reino Unido nos ensinou que nem sempre um divorcio vai trazer benefícios para aqueles que se julgam mais fortes ou com mais riquezas”, explica.

Milão está entre as cidades europeias que se beneficiam com as consequências. Ainda de acordo com o G7, os bancos italianos como UniCredit e Mediobanca foram os primeiros a reinstalar funcionários, que agora, é adotado por multinacionais. A matéria ressalta que houve comemoração entre britânicos defensores do Brexit, quando Georgia Meloni venceu as eleições italianas em outubro de 2022, se tornando a primeira-ministra mulher.

Com previsões e mais saídas no bloco, a primeira-ministra da Itália declarou que seu governo cumpriria todas as regras e regulamentos da UE. Georgia Meloni teria enfatizado que não tinha intenção de colocar em risco os £ 166 bilhões em fundos da União Europeia alocados para reformas vitais de infraestrutura. 

Apesar da grande potência do Reino Unido sobre a economia, Lilian Ferro comenta que os ingleses ao lado da União Europeia tinham grandes benefícios. “Com a saída as novas estratégias vão se unir aos mais próximos, o que beneficia a Itália fortemente, gerando emprego e aquecendo a economia, afinal para Itália é bom manter os dois aliados bem próximos e sem animosidades”, completa.

As mudanças após o Brexit na Cidadania Italiana

Uma das grandes vantagens da cidadania italiana é possibilitar estudar, trabalhar e circular livremente pelos 27 países-membros da UE. Com a saída do Reino Unido do bloco econômico, muitos brasileiros iniciam o processo de reconhecimento da cidadania na Itália, com o objetivo de morar no Reino Unido, especialmente na Inglaterra. Com o Brexit, a livre circulação acabou entre o país e os outros países europeus.

De acordo com a CEO da Simonato Cidadania, cidadãos europeus podem apresentar seu passaporte e visitar o Reino Unido na categoria de “Standard Visitors”, seja para turismo, negócios ou estudo. No entanto, a permanência máxima é de seis meses. Às pessoas que tiverem a intenção de estender esse prazo, será obrigatório emitir um visto específico para permanecer de forma legal no país.

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DINO Agência de Notícias Corporativas

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