3/4/2023 – Apesar de uma série de conquistas, até então, ainda há um caminho a percorrer para aumentar a representatividade das mulheres na liderança de empresas
Estudos demonstram o atual panorama e os desafios para as profissionais brasileiras; Tais Nascimento comenta os principais resultados do estudo do IEG
No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março), dados demonstram que, para além de conseguir espaço no mercado, as brasileiras ainda precisam trilhar um longo caminho para conquistar oportunidades de liderança. Segundo um levantamento realizado pelo IEG (Instituto de Engenharia de Gestão), mais da metade dos funcionários dos CSCs (Centros de Serviços Compartilhados) são do sexo feminino. Apesar disso, somente 34% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.
Na área de CSC, conforme levantamento na MIA (2023) -, plataforma de dados do IEG, com diversas estatísticas, focada no modelo no Brasil -, 1 em cada 5 centros têm mais da metade dos líderes do sexo feminino. Em média, as mulheres ocupam apenas 34% dos cargos de liderança dos Centros, estando em linha com o cenário brasileiro como um todo apontado pela Grant Thornton.
Paralelamente, um levantamento realizado pela Grant Thornton, em 2022, revelou que a presença feminina em postos de liderança no Brasil sofreu uma variação de 39% para 38%. Embora a redução seja sutil, havia uma tendência de alta nos últimos anos.
Outra pesquisa recente realizada pela Catho, com 10 mil profissionais apontou que as mulheres em cargos de liderança recebem 23% a menos que os homens na mesma posição. A disparidade salarial também se repete nos cargos de coordenador, e apenas na posição de assistente as mulheres ganhavam mais (2%).
A tendência não é apenas brasileira: conforme relatório do FEM (Fórum Econômico Mundial), ainda serão necessários mais 267,6 anos para a diferença econômica de gênero ser superada no mundo.
Para Tais Nascimento, sócia do IEG, é importante que as empresas priorizem o tema Diversidade na pauta estratégica da liderança e que as equipes sejam incluídas no processo de aculturamento nesse sentido.
“Percebemos que o mercado vem valorizando cada vez mais a formação de times diversos, e não poderia ser diferente nos CSCs. Alguns deles já possuem metas para aumento do número de mulheres em posições de liderança, além de metas específicas para negros”, pontua. “Entretanto, ainda são poucas as iniciativas de capacitação dos colaboradores e elas são essenciais para garantirmos um verdadeiro processo de inclusão”, completa.
Para Taís, o mês do Dia Internacional da Mulher é uma data importante para celebrar as conquistas e reafirmar a luta por direitos das mulheres. “Este é o momento para refletirmos sobre as desigualdades e desafios que ainda existem e sobre como podemos contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária”.
Apesar de uma série de conquistas, até então, ainda há um caminho a percorrer para aumentar a representatividade das mulheres na liderança de empresas, observa Nascimento. Por isso, é importante falar em igualdade de gênero e em diversidade nas empresas. “Como vimos, apesar de existir uma participação feminina maior nos CSCs brasileiros, as mulheres ainda são minoria em cargos de liderança. A boa notícia é que as empresas já estão atentas a isso e buscando formas de reverter esse cenário”, afirma Taís.
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