6/4/2023 – O mercado necessita desses profissionais [atendentes de farmácia] capacitados, já que eles atuam como ponte entre o conhecimento farmacêutico e a população
A data coincide com a criação da OMS, que este ano completa 75 anos; para professor, profissionais de saúde são essenciais para desenvolver campanhas de conscientização
Na próxima sexta-feira (7 de abril) a OMS (Organização Mundial da Saúde) completa 75 anos de história desde a realização da primeira Assembleia Mundial da Saúde, que ocorreu em 1948. Além disso, nesta data celebra-se o Dia Mundial da Saúde que, este ano, carrega o tema “Saúde para todos”.
A data foi criada para coincidir com o dia de fundação da agência especializada das Nações Unidas responsável pela saúde pública internacional, e foi comemorada, pela primeira vez, em 1950. De acordo com um conceito da própria OMS, “a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.
Para Juan Leal, professor do Curso de Atendente de Farmácia da Cebrac São Gonçalo Alcântara, biólogo e acadêmico do curso de farmácia na UFF (Universidade Federal Fluminense), frente a todos os desafios enfrentados mundialmente pela pandemia de Covid-19, datas como o Dia Mundial da Saúde se tornam “armas poderosas” no combate à desinformação, à prevenção de doenças e à promoção à saúde.
Na visão de Juan Leal, os profissionais de saúde devem desenvolver e praticar campanhas de conscientização que atuam de forma semelhante a uma tradução do conhecimento técnico para a população. “Se o público entender melhor a importância da prevenção e o que é a doença em si, menor será a capacidade da doença de afetar as pessoas”, afirma.
Além disso, para o biólogo, os profissionais de saúde devem estimular a participação ativa da população na propagação de conhecimento correto sobre a saúde, evitando a disseminação de fake news. Vale lembrar que seis a cada dez (62%) brasileiros não sabem reconhecer uma notícia falsa, segundo o estudo “Iceberg digital”, realizado pela Kaspersky, empresa global de cibersegurança, em parceria com a empresa de pesquisa CORPA, na América Latina.
De acordo com Juan Leal, cursos como o de Atendente de Farmácia podem fazer com que o mercado da área de saúde fique melhor estruturado, pois a formação garante que o profissional chegue ao mercado de trabalho possuindo um conhecimento técnico aprofundado.
“Hoje, o mercado de trabalho pede e necessita desses profissionais [atendentes de farmácia] capacitados, já que eles atuam como ponte entre o conhecimento farmacêutico e a população”, observa. “Eles não podem prescrever medicações, mas podem informar melhor sobre forma de usar, interações medicamentosas, reações adversas e muito mais, garantindo maior eficácia do tratamento e menos risco possível para o paciente”, articula.
Na análise do professor do Cebrac São Gonçalo Alcântara, atendentes de farmácia podem fazer com que campanhas como a do Dia Mundial da Saúde sejam mais relevantes.
“O atendente de farmácia é, comumente, o contato mais fácil que a maioria da população tem com profissionais de saúde, o que o torna peça-chave da disseminação de informações”, explica. “Devido a isso, fica claro que um dos papéis mais importantes que um atendente de farmácia bem qualificado pode executar é informar”, afirma.
Juan Leal chama a atenção para o fato de que o Dia Mundial da Saúde desse ano tem como tema principal “Saúde para todos”, focando principalmente na atenção primária em saúde: “Os atendentes de farmácia garantem informações claras, precisas e úteis para que os pacientes não abandonem tratamentos ou os realizem de maneira incorreta, evitando que os pacientes piorem ou que doenças se espalhem com facilidade”.
Além disso, segundo o acadêmico do curso de farmácia na UFF, existem outros pontos onde o atendente de farmácia qualificado pode atuar para que as pessoas tenham maior consciência de como está a sua saúde. A título de exemplo, Leal cita que, durante as aulas, alguns alunos do curso de atendente de farmácia acabaram descobrindo ser diabéticos ou hipertensos justamente durante os treinamentos de aferição de pressão e glicemia.
“Da mesma forma que isso foi importante para os futuros profissionais, será para as pessoas que eles atenderem e informarem sobre cuidados com hipertensão e diabetes. Algo que, sem treinamento e qualificação, não seria possível”, diz ele.
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