3/4/2023 –
Companhias optam por qualificar estagiários e trainees para enfrentar mercado com mão de obra com déficit de qualificação
A necessidade de falar um ou mais idiomas estrangeiros não é um pedido incomum em entrevistas de emprego. No entanto, a realidade da mão de obra brasileira indica um déficit neste quesito. Segundo a British Council, apenas 5% da população tem algum conhecimento da língua inglesa, por exemplo, e apenas 1% dela é realmente fluente.
Este dado é também reflexo de outro indicador observado por recrutadores de empresas do país. De acordo com a Robert Half, empresa de recrutamento especializado, no Brasil, menos de 6% da população acima de 25 anos é considerada qualificada para o mercado de trabalho.
“A fluência em outras línguas é essencial no mercado atualmente porque a globalização, a competição, o crescimento pessoal e profissional e o acesso à informação exigem habilidades de comunicação em várias línguas”, afirma Daniel Nakamura, CRO e co-founder do Lingopass, edtech especializada em soluções de idiomas para empresas.
Investimento interno
Com demandas de equipe qualificadas e mercados cada vez mais competitivos, as empresas enxergaram a oportunidade de preparar seus funcionários para o futuro – seja com cursos técnicos ou de idiomas, muitas vezes voltados para pessoas mais jovens no quadro da companhia, em cargos de estágio ou trainee.
“Eu vejo esse movimento de oferecer formação e capacitação para colaboradores como uma iniciativa positiva e benéfica para todos os envolvidos”, diz Nakamura. “Demonstra um compromisso em ajudar os funcionários a melhorar suas habilidades e se desenvolverem profissionalmente, ao mesmo tempo em que ajuda a empresa a atender às necessidades do mercado global”.
Atualmente, uma série de grandes empresas oferecem programas de trainee com o benefício de idiomas. A PepsiCo, dona de marcas como Pepsi, Gatorade e Elma Chips, por exemplo, anunciou, no ano passado, que seu programa anual de trainees contaria com a oferta de uma plataforma gratuita de cursos de idiomas. Outras empresas, como Ambev, Nestlé e Unilever, da mesma forma, também passaram a oferecer, em seus programas de trainee, capacitação de idiomas, sendo esta, ao que tudo indica, uma tendência do mercado.
De acordo com dados disponíveis no LinkedIn, há cerca de 20.917 mil oportunidades de estágio e 21.116 mil vagas de trainee atualmente disponíveis no Brasil. Tais vagas são destinadas a estudantes e recém-formados que buscam uma oportunidade de iniciar ou desenvolver suas carreiras em empresas de diferentes setores e tamanhos.
Lealdade e expansão
Outro benefício que pode ser observado pelas empresas é um acréscimo de motivação e lealdade dos funcionários, que se sentem importantes para a corporação, o que pode levar a melhores resultados e redução da rotatividade.
Os programas de trainee, dessa maneira, são uma forma das empresas identificarem talentos e prepará-los para assumir cargos de liderança no futuro. Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), 85% dos trainees são efetivados na empresa ao final do programa e 65% deles chegam a ocupar cargos de gestão.
Para o CRO, qualificar equipes é essencial para companhias que procuram internacionalizar seus negócios. “As empresas que procuram expandir seus negócios além das fronteiras nacionais precisam de funcionários que possam se comunicar efetivamente em vários idiomas e isso se tornou uma habilidade fundamental no mercado de trabalho”, conclui.
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