Atibaia, SP 24/5/2023 – O sistema de consórcios segue em ritmo forte de crescimento. Entre as razões que explicam essa evolução está o maior conhecimento da educação financeira
Nos últimos cinco anos, o tíquete médio das cotas do sistema de consórcios aumentou aproximadamente 35%, descontada a inflação do período
O sistema de consórcios registrou avanço de 9,3% nas vendas de novas cotas no primeiro quadrimestre deste ano comparado ao do ano passado. O acumulado de janeiro a abril atingiu 1,29 milhão de contratos comercializados contra 1,18 milhão do mesmo período de 2022, segundo a ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios.
O total das novas vendas ficou distribuído em 504,39 mil veículos leves; 427,37 mil de motocicletas; 214,72 mil de imóveis; 89,74 mil de veículos pesados, 35,10 mil de eletroeletrônicos; e 16,25 mil de serviços.
O volume de negócios, resultantes das vendas, alcançou R$ 89,82 bilhões, 20,5% maior que os R$ 74,53 bilhões anteriores. Para atingir este volume, o tíquete médio de abril pontuou R$ 72,40 mil, 9,7% acima dos R$ 66,01 mil daquele mês no ano passado.
Paralelamente, a ABAC constatou, nos últimos cinco anos, um crescimento real de 35% entre os tíquetes médios de abril, já descontada a inflação (IPVA) de 27,7% do período, que anotou a evolução de R$ 42,02, de 2019 para R$ 72,40, de 2023.
O acumulado de consorciados contemplados, completou 540,64 mil, 10,4% maior que as 489,77 mil, constatadas no quadrimestre do ano passado, gerando liberações de créditos para as potenciais aquisições. Entre os contemplados por sorteio ou por lance, neste quadrimestre, houve 239,38 mil de motocicletas; 210,46 mil de veículos leves; 35,08 mil de imóveis; 23,09 mil de veículos pesados; 16,68 mil de eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis; e 15,95 mil de serviços.
A somatória dos créditos concedidos pelas contemplações, momento de concretização dos objetivos dos consorciados, totalizou R$ 26,70 bilhões, potencialmente injetados nos diversos mercados, 20,3% acima dos R$ 22,20 bilhões anteriores.
Em abril, de acordo com a análise da ABAC, o volume de consorciados ativos atingiu 9,44 milhões, 10,4% superior aos 8,55 milhões do mesmo mês do ano passado.
Importante registrar que, depois de quinze meses consecutivos de crescimento, houve ligeira retração, 0,7% sobre o total do mês em relação a março, quando havia cravado 9,51 milhões de participantes. O total de consorciados ativos, apesar de retratar somente o último mês do primeiro quadrimestre, superou os volumes anuais registrados de 2014 a 2022.
“Ao completar quatro meses, o sistema de consórcios segue em ritmo forte de crescimento. Entre as razões que explicam essa constante evolução está o maior conhecimento da educação financeira pelo consumidor. Consciente, ele planeja e busca evitar imediatismos nas compras, ajustando os compromissos assumidos ao orçamento mensal”, diz Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios. ”Ao observar ainda uma maior preocupação com as finanças pessoais, verifica-se que os interessados têm preferido aderir ao mecanismo com vistas à aquisição de bens ou contratação de serviços em virtude do menor custo final, prazos mais longos e, principalmente, pela manutenção do poder de compra”, completa.
Ao longo dos anos, o sistema de consórcios tem como um de seus principais objetivos, além das realizações dos consorciados, ser importante no planejamento da produção industrial nos mais diversos segmentos da economia onde está presente, comprovando seu alcance no desenvolvimento do país.
Os consórcios estão em setores como o de duas rodas que, somente no primeiro quadrimestre de contemplações, apontou a potencial aquisição de uma moto a cada duas comercializadas no mercado interno. No setor automotivo, a potencial presença esteve também em um a cada dois veículos leves vendidos no país.
Outro exemplo de participação pode ser verificado no mercado de veículos pesados, onde o mecanismo marcou quase uma a cada duas comercializações de caminhões negociados para ampliação ou renovação de frotas do setor de transportes com destaque para uso no agronegócio.
A consistência dos consórcios na economia brasileira pode ser comprovada pelos totais de créditos concedidos e potencialmente inseridos, como nos mercados de veículos automotores e imobiliário, levantados pela ABAC. Nas liberações acumuladas de janeiro a abril, o sistema de consórcios atingiu 41,8% de potencial presença no setor de automóveis, utilitários e camionetas. No de motocicletas, houve 50,1% de possível participação, e no de veículos pesados, a relação para caminhões foi de 44,3%, no período.
No segmento imobiliário, somente nos três primeiros meses deste ano, as contemplações representaram potenciais 15,6% de participação no total de 160,85 mil imóveis financiados, incluindo os consórcios. Aproximadamente um imóvel a cada seis comercializados.
Entre os consorciados contemplados, nos mesmos quatro meses deste ano, também durante a última década, foi possível verificar que as 489,77 mil foram o melhor acumulado.
Nos primeiros quatro meses, percebeu-se uma economia brasileira buscando realinhamento em várias situações, como o esforço na redução da Taxa Selic, convivência com mais de 70% de famílias endividadas, entre outros, face às expectativas dos agentes econômicos, de acordo com o divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Mesmo com o fechamento da inflação em 4,18% até abril, registrados nos últimos 12 meses, abaixo dos 12,13% anotados de maio/21 a abril/22, citados pelo Banco Central, e considerando a manutenção da taxa de juros básica (Selic) em 13,75%, a assessoria econômica da ABAC projeta crescimento para o Sistema de Consórcios, durante 2023.
“Ao considerar os excelentes resultados obtidos pelo sistema de consórcios, no primeiro quadrimestre, as probabilidades para uma boa performance, até o final do ano, são as melhores, apoiadas principalmente pelo comportamento financeiro dos consumidores, nos últimos meses”, conclui Rossi.
Novamente, dos seis indicadores, quatro registraram evolução nos totais das comercializações: imóveis, com 18,4%; veículos pesados, com 16,3%; motocicletas, com 12,1%; e veículos leves, com 9,4%. Apenas dois setores tiveram redução: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com -39,4%; e serviços, com -17,2%; que, mesmos retraídos, tiveram pouca interferência no crescimento geral de 9,3% na soma quadrimestral das adesões, conforme compilado pelo ABAC.
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