19/6/2023 –
Apesar de receios com questões éticas e algumas falhas já apresentadas, as constantes melhorias nas ferramentas de IA generativa mantém a tecnologia como uma das mais utilizadas por brasileiros
A Inteligência Artificial (IA) não é um assunto que surgiu no século XXI: desde 1950 a tecnologia, que se baseia no comportamento humano, vem se aperfeiçoando. No final de 2022, porém, com o lançamento do ChatGPT, chatbot on-line de inteligência artificial (IA) desenvolvido pela OpenAI, houve muita discussão sobre os benefícios e os malefícios desta ferramenta, e, de forma geral, da IA, foi travada em todo o planeta.
Atualmente, são inúmeros os softwares baseados em Inteligência Artificial, como o Google com suas sugestões de pesquisa, plataformas de streaming com recomendações personalizadas de músicas e filmes e assistentes virtuais com a compreensão do comando de voz humano. Um estudo elaborado pela Ilumeo em 2020 mostrou que quase 50% dos entrevistados fazem uso de Inteligência Artificial através de assistentes virtuais com recurso de comando por voz. E, segundo a pesquisa Global AI Adoption Index 2022, da IBM 41% das empresas brasileiras já utilizam alguma forma de IA.
“O uso de ferramentas de IA generativa é muito benéfico em diferentes segmentos de mercado. Produzir trabalhos criativos não é mais uma capacidade exclusivamente humana, ainda que precise dela para refiná-la”, afirma o empresário e advogado Mauricio Ferro.
Sobre o uso do ChatGPT, a Semrush, plataforma de gerenciamento de visibilidade online, elaborou um ranking mundial de acessos à ferramenta. O Brasil é o quinto país que mais utilizou o chatbot de IA generativa da OpenAI e representa 4,3% do uso global. No levantamento, baseado em dados de janeiro de 2023, os Estados Unidos estão em primeiro lugar, com 19,5% e a Alemanha em segundo, representando 5,9% dos 863 milhões de acessos.
Funcionamento do chatbot
Em março de 2023, a OpenAi anunciou o lançamento da nova versão, ChatGPT-4, que basicamente trouxe melhorias ao chatbot. Algumas falhas foram corrigidas e habilidades foram aperfeiçoadas na nova versão. O formato anterior, ChatGPT 3.5, assim como o atual, se utiliza de diversas modalidades de textos da internet como um banco de dados para gerar as informações requisitadas pelos usuários.
Com a diversidade de conteúdo para o software se basear na internet, Ferro cita algumas preocupações que podem surgir. “O questionamento sobre os riscos são diversos. Desde o futuro do trabalho a possíveis complicações de discriminação e discursos de ódio”.
Mas destaca principalmente as capacidades de aperfeiçoamento da ferramenta. “Com o tempo vemos uma melhor compreensão da linguagem, a expansão da criatividade e o aumento da compreensão de comandos por voz” afirma Ferro.
O software funciona por uma Aprendizagem por Reforço com Feedback Humano (RLHF, na sigla em inglês), uma técnica de aprendizado de máquina, ou seja, o ChatGPT usa os feedbacks de seus usuários para aprimorar a entrega de informações cada vez mais inteligentes e assertivas.Justamente por essa tecnologia, a tendência é que, além das melhorias técnicas para tornar mais assertiva a capacidade de interação em novas versões, haja também evolução na inteligência das respostas geradas pelo software, que assim como o ser humano, quanto mais pratica, mais se aperfeiçoa.
Evolução do ChatGPT
O lançamento do ChatGPT-4, segundo a OpenAI, é mais seguro e preciso em suas respostas, além de ter como opção o uso de imagens pelo usuário para solicitar informações ao software. Esta funcionalidade é conhecida como multimodal. A versão mais recente da ferramenta pode descrever, contextualizar e absorver textos de imagens.
A empresa teria afirmado em seu site oficial que o ChatGPT-4 tem 40% mais probabilidade de ser assertivo nas respostas e maior capacidade de raciocínio avançado do que o GPT-3.5. Em relação à versão anterior, O GPT-4 tem capacidade superior de acompanhar conversas complexas e longas. A versão mais recente pode processar até 25 mil palavras, ao passo que a anterior limitava-se a 3 mil.
O sistema aperfeiçoou suas respostas negativas a solicitações de conteúdo não permitido em 82%. A OpenAI também afirma ter treinando o software para não responder a comandos para estes tipos de conteúdo e incluiu na lista de melhorias da versão o aprendizado do estilo de escrita do usuário.
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