Brasilia, DF 1/8/2023 – Não se trata apenas de cumprir regulamentos, mas de valorizar o colaborador. As empresas que ignoram isso estão fadadas a perder espaço e mercado.
A segurança do trabalho se consolida como a nova agenda empresarial e vem se tornando uma prioridade estratégica no mundo dos negócios. Com o mercado cada vez mais exigente e voltado para certificações, as empresas que não investirem correm o risco de perderem relevância.
A questão da saúde e segurança no ambiente de trabalho tem sido um tema em destaque no contexto empresarial brasileiro, especialmente em face do crescimento industrial e da diversificação das formas de trabalho. Essa ênfase reflete as demandas legais, bem como os compromissos éticos e sociais das empresas com seus trabalhadores.
Com a complexidade desses desafios, a tarefa de estabelecer e manter ambientes de trabalho seguros e saudáveis requer uma atenção meticulosa dos gestores e dos profissionais da saúde ocupacional. Essa necessidade transcende a preocupação com o bem-estar dos trabalhadores e toca na sustentabilidade e responsabilidade das empresas.
Nos últimos dez anos (2012-2021), segundo a Organização Internacional do Trabalho o Brasil registrou 22.954 mortes no mercado de trabalho formal, de acordo com dados oficiais. Em 2021, foram notificados 571,8 mil acidentes e 2.487 óbitos associados ao trabalho, um aumento de 30% em relação a 2020. Este panorama sublinha a necessidade imperativa de investimentos em segurança e bem-estar dos trabalhadores. No entanto, uma preocupação é que medidas de saúde e segurança são, às vezes, percebidas por algumas empresas primariamente como custos, e não como um investimento necessário.
Raíssa Squipano, fundadora do Grupo Evolue e mantenedora da paz segundo a ONU, defende uma mudança de paradigma no modo como as empresas abordam a saúde e a segurança no trabalho. Seu argumento central é que o investimento em segurança não deve ser visto como um mero cumprimento de normas, mas sim como um elemento estratégico para aumentar a produtividade.
Além disso, ela enfatiza a necessidade de envolvimento dos níveis gerenciais para efetivação dessas políticas, com destaque para a questão de gênero e a crescente participação feminina na liderança. Segundo Squipano, essa mudança de perspectiva é imperativa não apenas para o bem-estar dos trabalhadores, mas também para a reputação e valorização das empresas no mercado.
“Gerir saúde e segurança do trabalho de forma efetiva é uma responsabilidade que vai além do setor de RH ou do técnico de segurança. A liderança da empresa deve estar envolvida diretamente, evidenciando a importância que a organização dá para a integridade dos seus colaboradores”, enfatiza Raissa Squipano.
A falha em investir adequadamente na saúde e segurança do trabalho não afeta apenas os colaboradores, mas também o valor de mercado das empresas. A falta de comprometimento com a saúde e segurança do trabalho pode prejudicar a imagem e a reputação das empresas, muitas vezes levando a perdas financeiras.
Com o avanço das tecnologias e das redes sociais, as empresas estão cada vez mais expostas ao escrutínio público, e as questões de saúde e segurança do trabalho são parte integral desse cenário. “A transparência é uma moeda importante hoje em dia. As empresas que não adotam práticas adequadas de saúde e segurança do trabalho estão se expondo a riscos desnecessários”, alerta Squipano.
Raissa destaca que apesar do machismo ainda presente no setor, cada vez mais mulheres estão assumindo posições de liderança e desempenhando um papel fundamental na mudança de paradigmas. Além disso, investir em Saúde e Segurança do trabalho promove proteção jurídica em eventuais ações trabalhistas.
Também é ressaltada a importância da formação e educação continuada dos trabalhadores. “Equipamentos de proteção individual são fundamentais, mas é igualmente importante investir em treinamento e educação para que os funcionários compreendam os riscos e saibam como agir para preveni-los”, explica.
Ao mesmo tempo, empresas que investem em segurança e saúde no trabalho, como o demonstram ser mais resilientes, competitivas e sustentáveis. “A cultura de saúde e segurança no trabalho precisa ser vista como uma questão estratégica para as empresas”, conclui Raissa Squipano.
Nesse contexto, nota-se o aumento da relevância das políticas de saúde e segurança no trabalho das empresas. Aquelas que analisam a questão como estratégica tendem a se destacar cada vez mais como um elemento crítico na dinâmica empresarial atual. A adesão a tais práticas não é somente uma garantia para a integridade física dos funcionários, mas também estabelece uma base sólida para as empresas se adaptarem e permanecerem resilientes diante de desafios inesperados.
A transição de paradigma, que deixa de perceber a saúde e a segurança no trabalho como meros custos para reconhecê-las como investimentos estratégicos, está pavimentando um novo percurso para o mundo corporativo neste século.
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