A farmacêutica e empresária Liege Slomp foi condecorada com a medalha do Prêmio Nobel da Paz, conquistada pelo Batalhão de Suez, em 1988, e entregue aos militares no dia 29 de agosto, em cerimônia realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), na capital paulista.
Natural de Caxias do Sul (RS) e formada em Ribeirão Preto (SP), cidade onde vive há 24 anos, Liege recebeu, em 2022, o título de Oficial de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Agora, dois anos depois, foi escolhida pelo Batalhão de Suez para ser homenageada durante a solenidade de entrega do Prêmio Nobel da Paz.
“Foi uma honra e uma surpresa ser homenageada dessa forma. Nunca pensei que seria cogitada e escolhida para algo dessa grandeza. Após tantos anos, o Batalhão de Suez finalmente recebeu o reconhecimento merecido e eu estava ali, também recebendo esta medalha. O peso histórico do evento tornou a noite ainda mais emocionante”, destacou Liege.
Oficial de Paz da ONU
Após mais de 10 anos de dedicação à carreira na indústria farmacêutica, Liege criou o “Receita de Propagandista”, projeto on-line que tinha como objetivo desmistificar a profissão e promover a inclusão de profissionais mais velhos e PcDs (Pessoas com Deficiência) no mercado de trabalho.
Em seu curso, a mentora destaca que, de 551 alunos aprovados, 111 têm mais que 40 anos e oito têm mais que 50 anos de idade. E foi esse trabalho que a credenciou a conquistar o título de Oficial de Paz da ONU, que premia e reverencia autoridades civis, militares e eclesiásticas que tenham se destacado em ações humanitárias e manutenção da paz no Brasil ou no exterior.
“A medalha é um reconhecimento pelo trabalho sério, responsável e impactante e pelas mudanças de vida obtidas com ele”, explica a empresária.
Sobre o Batalhão de Suez
O Batalhão de Suez foi um contingente do Exército Brasileiro enviado ao Oriente Médio, para fazer parte da United Nations Emergence Force (UNEF), ou “capacetes azuis”, no conflito entre Israel, Egito e seus vizinhos árabes a partir de 1956.
A tropa retirou cerca de duas mil minas terrestres da região. O trabalho foi desafiador e os soldados enfrentaram diversas dificuldades, como tempestades e a necessidade de morar em buracos no deserto.
Em 1988, os militares conquistaram o Prêmio Nobel da Paz, que foi considerado um tributo a todos os que serviram a organização, em especial aos que contribuíram para as operações de paz até então. A medalha, entretanto, ainda não havia sido entregue.
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