São Paulo 8/8/2024 – O Brasil, embora seja um dos países mais ricos em recursos hídricos, não garante o acesso à água potável a toda sua população.
É preciso implementar e avaliar planos de segurança hídrica com a finalidade de assegurar o fornecimento de água adequada para o consumo.
As consequências das mudanças climáticas sobre o ciclo da água tornaram-se preocupantes nos últimos anos, e já impactam duramente a vida de milhões de pessoas ao redor do mundo.
Segundo informações presentes no Ranking do Saneamento 2024, estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, das 27 capitais brasileiras, somente nove possuem ao menos 99% de abastecimento total de água potável.
O Brasil, embora seja um dos países mais ricos em recursos hídricos, não garante o acesso à água potável a toda sua população. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, basta saber que cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável.
O uso da água potável no país deverá crescer 24% até 2030, superando a marca de 2,5 milhões de litros por segundo, segundo dados do Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil.
“As tendências atuais de exploração, degradação e poluição dos recursos hídricos já atingiram proporções alarmantes e podem afetar a disponibilidade de água em um futuro próximo se não forem revertidas”, pontua Vininha F. Carvalho, ambientalista, economista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.
A ineficiência em controlar as perdas de água nos sistemas de distribuição traz impactos negativos ao meio ambiente, à receita e aos custos de produção das empresas e, principalmente, afeta o abastecimento para todos os habitantes da localidade.
Segundo Diogo Taranto, diretor de Desenvolvimento de Negócios do Grupo Opersan, a melhor alternativa para economizar e permitir que sobre mais água para o abastecimento humano é o reúso, viabilizado pelo tratamento adequado dos efluentes, para o qual há hoje tecnologias avançadas, conhecidas e consolidadas.
Atualmente existem mais de 230 comitês de bacias instituídos no país, sendo responsáveis por promover uma gestão descentralizada em esforços para aprimorar a qualidade da água.
Uma das maiores iniciativas de monitoramento participativo da qualidade da água no Brasil ganha reforço no Espírito Santo. O Observando os Rios, da SOS Mata Atlântica, reúne comunidades e as mobiliza em torno da qualidade da água de rios, córregos e outros corpos d’água das localidades onde elas vivem.
A água é um recurso natural muito utilizado e pouco cuidado. Essa é a percepção de sete em cada dez brasileiros, segundo dados da pesquisa “A percepção dos brasileiros sobre segurança hídrica” realizada pela The Nature Conservancy Brasil (TNC) com o apoio técnico do Instituto Ipsos. Além disso, na avaliação de problemas ambientais, 78% da população nota um aumento na poluição das águas nos últimos quatro anos no país.
“Embora seja uma das nações mais ricas na disponibilidade de água doce no mundo, o brasileiro abusa dessa abundância natural e perpetua uma cultura de desperdício”, reforça Vininha F. Carvalho.
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