A engenheira Stéphane Domeneghini será a única brasileira a palestrar e ser jurada no Congresso do Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH) 2024. O evento, que reúne anualmente especialistas na área de engenharia e arquitetura de todo o mundo, é considerado um dos mais importantes do segmento, promovendo discussões sobre o futuro das cidades, inovações em construção e desafios globais da urbanização vertical. Em 2024 o evento acontece em Londres e Paris, entre os dias 23 e 27 de setembro.
O evento deste ano terá como tema analisar o dilema desafiador que a indústria da construção enfrenta hoje: “devemos construir novos edifícios ou renovar os existentes?” Dentre os palestrantes, a engenheira brasileira Stéphane Domeneghini, que está à frente dos maiores arranha-céus do país e também é a responsável técnica do projeto arquitetônico do Senna Tower, recentemente anunciado, e que será o mais alto residencial do mundo.
A participação de Stéphane neste congresso é um marco não apenas para sua carreira, mas também para o Brasil. O país, que tem se destacado com projetos da construção civil, encontra na presença de uma palestrante nacional no CTBUH a oportunidade de ampliar sua visibilidade internacional. “Ser uma brasileira em um palco tão respeitado é uma honra e uma responsabilidade. Acredito que esta seja uma grande oportunidade de mostrar o potencial técnico do Brasil nesse segmento”, destaca Stéphane.
Será o segundo ano em que o Brasil terá representante no evento. “Ano passado apresentamos as soluções diversas, em um fórum do CTBUH e este ano estarei como palestrante em uma das principais conferências”, esclarece Stéphane Domeneghini, diretora executiva da FG Talls, empresa do Grupo FG.
Temáticas
A engenheira irá apresentar o Senna Tower, as soluções técnicas dos estudos dos últimos cinco anos que foram desenvolvidas pelo Grupo FG e também vai apresentar uma pesquisa de análise estrutural, inédita no mundo, feita com apoio do Finep, avaliando as inovações na áreas de estrutura e fundação, compartilhando os primeiros resultados desses estudos, comparando softwares e abordagens internacionais para solucionar prédios altos com abordagens tradicionais usadas no Brasil para os prédios altos.
“Estamos estudando quais são as soluções mais eficientes que conseguimos trazer para o Brasil, entendendo essa realidade que o Brasil começa a ter prédios altos. Quais são as soluções mais eficientes de acordo com o perfil do projeto? Por exemplo, quais são as soluções mais eficientes para prédios mais esbeltos? Prédios que não são tão esbeltos, mas são mais altos, quais são as soluções que trazem uma eficiência técnica maior, uma otimização de materiais maior”, exemplifica.
Além disso, a palestra terá os primeiros resultados de medições que o Grupo FG está realizando em seu portfólio. “Nós somos a única empresa que tem prédios acima de 200 metros de altura que estão em operação há mais de quatro anos. Nós levantamos o comportamento dessas obras e estamos fazendo um comparativo entre o comportamento esperado em teoria, em cálculo estrutural, com o comportamento realmente que acontece dessas estruturas, fazendo esse cruzamento de todo de dados. Assim, vamos avaliar mais de 10 perfis de projetos com quatro ou cinco simulações de soluções que serão avaliadas em pelo menos três tipos de softwares – tem um software internacional de elementos finitos e vai ter avaliação de pelo menos dois softwares nacionais que representam a maioria do mercado de análise estrutural. Dessa forma, estamos falando de milhares de modelos estruturais e de dados de análise que serão comparados para concluir quais são as melhores soluções para prédios altos, isso servindo como parâmetros até para o mundo, não somente para o Brasil. Esses resultados serão de extrema relevância para toda a cadeia produtiva e também para a área acadêmica”, explica.
Importante ressaltar que essa é uma pesquisa completamente inédita no mundo. “Não há registro, muito menos quando se trata de fazer uma avaliação completa desses perfis de projeto. Normalmente, o arquiteto gera um design arquitetônico e a partir desse projeto se ajusta uma solução. O que estamos propondo é uma abordagem mais avançada, pensando que o futuro é a verticalização, para entender quais são as soluções mais adequadas, mais otimizadas, que impactem menos o meio ambiente, que gastem menos material e atinjam o mesmo resultado em segurança. É algo pioneiro no mundo”, celebra Stéphane.
Brasil passa a ser polo de desenvolvimento da construção civil
Esses estudos e avanços posicionam o país e, consequentemente, Balneário Camboriú, como polo de avanço de Engenharia do mundo. “Nós não encontramos isso nem nas melhores universidades mundiais, nem nos centros mais avançados de estrutura do mundo, que hoje é Nova York ou Oriente, porque não é uma pesquisa que se faz. Essas pesquisas colocarão o Brasil no cenário mundial da inovação na engenharia, inspirando futuras gerações a acreditar em pesquisas na construção civil que reduzam o impacto que essa indústria hoje promove no entorno”, finaliza Stéphane Domeneghini.
O CTBUH é reconhecido por reunir os maiores especialistas em edificações altas e sustentabilidade urbana, sendo uma plataforma essencial para discutir o futuro da construção civil. Para o Brasil, a presença de Domeneghini reflete o crescente protagonismo do país no cenário global, especialmente em inovações e soluções sustentáveis para o ambiente construído.
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