Pesagem de Veículos em alta velocidade traz vantagens

Os pontos de pesagem de veículos no Brasil, as famosas balanças rodoviárias lentas, já podem ser substituídas por uma tecnologia mais moderna, eficaz, econômica e que, ao mesmo tempo, é capaz  de  registrar o fluxo de veículos, capturar imagem, identificar a marca, modelo, placa, local, data e horário da infração e, adicionalmente, pode gerar um vídeo, tornando o registro ainda mais incontestável.

Inclusive o Ministério dos Transportes tem divulgado os diferenciais do sistema HS-WIM (High Speed Weigh-In-Motion)  que significa Sistema de Pesagem Dinâmica de Veículos em Alta Velocidade. Em 2023, pela primeira vez no Brasil, no trecho da Concessionária Ecovias do Cerrado, BRs 364 e 365, que liga Uberlândia (MG) à Jataí (GO), foi instalada  a pesagem de veículos na velocidade diretriz da via, sem o uso da chamada balança lenta.

Em notícia publicada no site do Ministério a secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, disse que desde o início da nova gestão, o Ministério dos Transportes tem trabalhado para melhorar a qualidade das rodovias federais de todo país. “Em 2023, recebemos a malha com 53% das rodovias federais classificadas como regular ou péssima. Hoje, já contamos com 71% da malha classificada como boa”, ressaltou a secretária. Tais melhorias só foram possíveis graças à retomada dos contratos de manutenção, que se encontravam parados ou em ritmo muito lento.

O especialista em tecnologia em mobilidade urbana, Guilherme Araújo, explica que uma das principais causas de deterioração das vias no Brasil  é o excesso de carga, que também  altera o funcionamento dos veículos e a segurança das estradas.

“A vida útil de uma rodovia cai, normalmente, em média, 30% ao ano. Mas naquelas em que o tráfego é mais intenso e servem para o escoamento da produção, a redução  da vida útil chega a reduzir 70%”, afirma Guilherme, que também é diretor-presidente da Velsis, empresa fabricante de tecnologia em mobilidade.

Vantagens 

O uso da tecnologia HS-WIM –  que em diversos países e estados brasileiros contribui para  evitar o excesso de peso, a disparidade concorrencial entre transportadores, reforçar a segurança, evitar o roubo e o desvio de cargas, a sonegação fiscal e para reforçar a fiscalização nas estradas – pode gerar economia aos cofres públicos, se incluído nos novos editais de licitação do pacote de concessões de rodovias federais e estaduais.

O Sistema de Pesagem em Movimento possui equipamento e sensor genuinamente brasileiros. Entre as vantagens, eles diminuem atrasos de viagens; reduzem a emissão de poluentes, uma vez que veículos não necessitam reacelerar; têm menores custos de implantação física se comparados com as obras necessárias à implantação de balanças fixas; fazem a fiscalização eletrônica de todos os serviços relacionados ao transporte rodoviário de cargas; realizam a fiscalização remota do excesso de peso, otimizando a disponibilidade de fiscais e melhorando a prestação dos serviços públicos, entre outras funções.

Segundo o DNIT, atualmente há 73 postos de pesagem em funcionamento nas rodovias administradas pela União. O órgão afirma que trabalha em modificações na proposta original do Plano para implementar novas tecnologias na fiscalização. O objetivo é instalar Postos Integrados Automatizados de Fiscalização (PIAFs) em 16 BRs. O modelo possibilitará a pesagem de cargas na velocidade normal da via, o que deve reduzir a necessidade de agentes de trânsito nos postos, aumentar a eficiência na fiscalização e diminuir o tempo de parada dos veículos nas balanças. Atualmente há dois processos abertos para contratar as empresas que irão implantar novos sistemas em 12 rodovias federais.

Cases de sucesso – O governo do Espírito Santo instalou em 90 pontos o Sistema de Pesagem Dinâmica de Veículos em Alta Velocidade. 

“Nestes locais o HS-WIN mede o peso bruto total (PBT), peso por eixo (PE), peso por grupo de eixos e peso por rodas, medição de peso independente para os lados esquerdo e direito do eixo, viabiliza a medição do desbalanceamento de cargas, não necessita de diminuição de velocidade e parada em postos de pesagem veiculares,  permite o cruzamento de documentação no Departamento de Trânsito e Secretaria da Fazenda, bem como outras funções”, explica o diretor-presidente da Velsis, empresa responsável pela tecnologia, Guilherme Araújo.

Ele ressalta que, no Espírito Santo – estado que lidera a exportação de rochas ornamentais no Brasil – o acidente mais frequente envolvendo veículos de carga é o tombamento, responsável por quase metade dos eventos registrados. “O tombamento, além de representar 47% dos acidentes com veículos de carga, também é o tipo de acidente com maior necessidade de atenção, uma vez que possui uma alta frequência e impacto representativo para a  via, para o tráfego e para a segurança”, exemplifica.

Já o departamento  de trânsito de El Salvador também importou do Brasil 9 balanças de pesagem em movimento HS-WIM (High Speed Weigh In Motion) para otimizar o tráfego de caminhões e fiscalizar o excesso de carga de veículos, contribuindo com a durabilidade do pavimento e maior segurança nas rodovias. Os equipamentos integram o programa “Sistema Centralizado e Integrado de Gestão da Mobilidade em El Salvador”. 

Por que fazer a pesagem de caminhões?

Pesar caminhões é um procedimento comum na vida do caminhoneiro, evitando  o comprometimento do veículo e da rodovia pelo peso excessivo. Segundo um simples cálculo, o sobrepeso de 20% no veículo pode provocar até 50% de desgaste no asfalto.

Outro ponto importante é que o sobrepeso obriga o veículo a rodar em velocidade mais baixa, o que pode prejudicar o tráfego nas rodovias.

Na Resolução Contran nº 803/2020, estão especificados os valores de multa, além de outras informações relevantes sobre pesagem de caminhões. Alguns valores registrados são:

  • infração média: valor da multa de R$85,15 (sobrepeso de até 600 kg);
  • infração grave: valor da multa de R$127,69 (sobrepeso entre 601 a 1000 kg);
  • infração gravíssima: valor da multa de R$191,54 (sobrepeso superior a 1.000 kg, a cada 500 kg).

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