Brasil 15/7/2024 – É essencial olharmos para o futuro com uma abordagem de saúde pública mais holística e ampliar o acesso aos serviços de tratamento.
A publicação aponta que o consumo global de drogas registrou um aumento, alcançando cerca de 292 milhões de pessoas em 2022, o que representa um aumento de 20% em relação à década anterior.
Segundo os dados apresentados pela publicação Pontos de Interesses Especiais relacionado ao novo Relatório Mundial sobre Drogas de 2024, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), o consumo global de drogas registrou um aumento, alcançando cerca de 292 milhões de pessoas em 2022, o que representa um aumento de 20% em relação à década anterior. Entre as substâncias mais consumidas destacam-se a cannabis, com 228 milhões de consumidores, seguida pelos opiáceos, com 60 milhões de consumidores, e pelas anfetaminas, com 30 milhões de consumidores.
Conforme informado na publicação, o relatório aponta para uma diversificação crescente no mercado de drogas, com padrões de uso cada vez mais complexos, incluindo o uso simultâneo de várias substâncias. Estima-se que aproximadamente 13,9 milhões de pessoas tenham utilizado drogas injetáveis em 2022, de acordo com a publicação.
A publicação informa ainda que um fator que contribuiu para o aumento do uso de drogas foi o renascimento do uso de estimulantes como cocaína e ecstasy, após um declínio durante a pandemia de COVID-19. O estudo ainda aponta que as consequências nocivas do uso de drogas são variadas, sendo que a maior carga global de doenças continua a ser atribuída aos opioides. No entanto, a cannabis tem levado cada vez mais pessoas a procurarem serviços de tratamento para dependência. O documento divulgado ainda mostra que estimativas baseadas em uma nova metodologia sugerem que 1 em cada 81 pessoas no mundo (64 milhões) sofria de transtorno relacionado ao uso de drogas em 2022, um aumento de 3% em comparação a 2018.
De acordo com o relatório, o uso de drogas injetáveis continua a ser um fator importante na facilitação da epidemia global de hepatite C. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 23% das novas infecções por hepatite C são atribuíveis a injeções de drogas inseguras. O documento mostra que quase metade das pessoas que injetam drogas vivem com hepatite C, e as doenças hepáticas atribuídas à hepatite C representam mais da metade das mortes relacionadas ao uso de drogas.
Sobre o assunto, Miler Nunes Soares, médico psiquiatra e responsável pela Clínica de Reabilitação para Dependentes Químicos Granjimmy, afirmou que o relatório destaca uma diversificação crescente no mercado de drogas, com padrões de uso cada vez mais complexos, incluindo o uso simultâneo de várias substâncias. Esse aumento na complexidade do uso de drogas exige novas abordagens na reabilitação, focando não apenas na dependência de uma única substância, mas também na poliuso, que se tornou uma característica comum. “É essencial olharmos para o futuro com uma abordagem de saúde pública mais holística e ampliar o acesso aos serviços de tratamento e reabilitação, garantindo que sejam inclusivos e acessíveis a todos que precisam”.
Ainda sobre o relatório, observa-se que fentanil e outros opioides sintéticos potentes continuam a estar associados aos altos níveis de mortalidade relacionada às drogas na América do Norte. O estudo afirma que a crise de overdose na América do Norte parece ter se estabilizado desde 2021, após uma década de aumentos anuais, mas as mortes relacionadas a opioides permanecem em níveis historicamente altos.
Perguntado sobre o relatório, Miler Nunes afirmou que o futuro das políticas de reabilitação e tratamento deve incluir uma visão integrada, que aborde não apenas a dependência química, mas também os fatores sociais, econômicos e psicológicos que contribuem para o uso de drogas. A forma como a unidade da Clínica de Recuperação em Mato Grosso. “Precisamos investir em educação preventiva, programas de tratamento baseados em evidências e suporte contínuo para recuperação, com um enfoque especial em populações vulneráveis e marginalizadas”.
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