O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, em 2024, serão registrados 73.610 novos casos de câncer em todo o Brasil, sendo 20.470 apenas no estado de São Paulo. Esses números alarmantes destacam a urgência de se adotar medidas de prevenção eficazes para evitar fazer parte dessa estatística preocupante.
O câncer de mama é o tipo que mais causa mortes entre as mulheres, e a rapidez na busca por diagnóstico pode ser decisiva para a eficácia do tratamento. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) recomendam a mamografia anual para as mulheres a partir dos 40 anos de idade, visando ao diagnóstico precoce e a redução da mortalidade.
Segundo a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, os índices de cura podem chegar a 90% quando a doença é identificada em seu estágio inicial. Dr. Gabriel Dumbra (CRM SP 199119), professor da faculdade de Medicina FACERES e médico ginecologista e obstetra, ressalta que o número de casos é crescente e a conscientização deve ser ampla e inclusiva. Entre os fatores de risco estão o sexo feminino, a idade, a genética, o histórico familiar, e a exposição ao estrogênio, além do sedentarismo, obesidade e consumo de álcool. Gabriel ainda enfatiza a importância de realizar anualmente os exames de rastreamento a partir dos 40 anos. “Esses exames são fundamentais para detectar tumores em estágios iniciais e começar o tratamento o quanto antes”, afirma.
O Instituto Nacional de Câncer, do Ministério da Saúde (Inca), recomenda a mamografia de rastreamento (exame de rotina em mulheres assintomáticas) em mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos. Casos específicos, devido ao histórico familiar ou outros fatores de predisposição, podem exigir uma abordagem diferenciada.
Apesar da relevância do diagnóstico precoce, Dr. Gabriel Dumbra alerta sobre a desinformação sobre a doença. “No passado, o autoexame ganhou destaque, mas hoje sabemos que ele não é suficiente. Muitas mulheres ainda acreditam que o autoexame é a principal forma de detecção e acabam não realizando a mamografia com a frequência necessária. Embora o autoexame seja uma ferramenta, ele não deve substituir a mamografia”, explica o médico.
Em uma iniciativa que visa fortalecer a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama, os acadêmicos da Turma 25 do curso de Medicina da FACERES, através do Programa de Integração Comunitária (PIC) da faculdade realizaram uma ação de conscientização nas unidades de saúde do município de Guapiaçu.
Segundo Fernanda Novelli Sanfelice, professora e coordenadora do Programa de Integração Comunitária da FACERES, durante os atendimentos, os futuros médicos abordaram as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) que aguardavam suas consultas, oferecendo orientações sobre a importância da prevenção, do rastreamento e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
“Esperamos ter sensibilizado essas mulheres quanto ao controle de fatores de risco, observações de possíveis sinais e sintomas da doença”, explica Fernanda.