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Risco de estiagem exige uso consciente de água tratada

Risco de estiagem exige uso consciente de água tratada
Risco de estiagem exige uso consciente de água tratada

Especialista do mercado ressalta a importância de se evitar o desperdício de água e enumera os processos que ocorrem nas
Estações de Tratamento de Água (ETAs)

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O período chuvoso no Brasil costuma se estender até o mês de abril/maio, de acordo com o site do Climatempo. Com chuvas mais irregulares em 2025, é possível que a água disponível para abastecimento e uso industrial não seja suficiente para atravessar os meses mais secos – que vão de maio até agosto. Com esse desequilíbrio entre oferta e demanda de água, além dos reservatórios mais baixos, as companhias de saneamento sofrem aumento no custo de captação e tratamento da água, exigindo processos de purificação mais complexos – o que aumenta a necessidade de ampliar o uso consciente da água tratada.

De acordo com o Panorama do Saneamento Básico no Brasil (2021), em 2020 foram contabilizados cerca de 13,7 bilhões de metros cúbicos de água tratada nas Estações de Tratamento de Água (ETAs), sendo que a maior parte é tratada com cloro e flúor antes de seguir para os reservatórios que abastecem as redes de distribuição. Considerando a extensão de rede e as ligações de água no Brasil, o documento ainda revela que cerca de 40% de toda água disponibilizada é perdida durante sua distribuição – média considerada alta em relação aos países desenvolvidos. Isso aumenta a importância de usuários residenciais, além de indústrias e serviços, evitar desperdícios o máximo possível.

Na opinião de João César de Freitas, diretor comercial da Katrium Indústrias Químicas – responsável pelo fornecimento do cloro necessário para o tratamento da água que abastece o Estado do Rio de Janeiro – as ETAs realizam uma série de processos fundamentais (coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção) para remover impurezas físicas e biológicas da água. “É nesse último passo que a Katrium entra em cena. “Sem cloro, o risco de doenças de veiculação hídrica, como a cólera e a disenteria, aumenta exponencialmente”.

Para Freitas, esse é somente um lado da moeda. “Do outro lado, encontramos a necessidade de conscientização da população sobre a importância de economizar água e evitar o desperdício. Programas de educação ambiental podem desempenhar um papel vital neste aspecto”. O executivo ainda ressalta a importância de se reduzir vazamentos e todo uso não essencial da água tratada durante a estiagem, evitando vazamentos, lavar calçadas e carros na frente de casa, encher piscinas nos meses mais frios e até mesmo os banhos demorados – considerando também o custo da energia elétrica e a quantidade necessária de água para gerar essa energia.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo doméstico de água no Brasil é alto, e uma parcela significativa dessa água é desperdiçada devido a hábitos inadequados. Portanto, além de melhorar e expandir as instalações de tratamento de água, é igualmente importante ensinar as pessoas a usar a água de maneira consciente. 

De acordo com o Instituto Água Sustentável, seguem 15 dicas para economizar água em residências, indústrias e na agricultura:

  1. Conscientização. O primeiro passo para economizar água é a conscientização da população quanto ao uso responsável da água.
  1. Reparação de vazamentos. Pequenos vazamentos podem desperdiçar grandes volumes de água ao longo do tempo. Verificar regularmente torneiras, chuveiros e sistemas de encanamento.
  1. Torneiras e chuveiros eficientes. Instalar torneiras e chuveiros de baixo fluxo, que reduzem o consumo de água sem comprometer o conforto.
  1. Utilização consciente. Desligar a torneira enquanto se escova os dentes, ensaboa as mãos ou lava louças. Usar máquinas de lavar roupa e louça apenas com carga completa.
  1. Coleta de água da chuva. Instalar sistemas de coleta de água da chuva para regar plantas e jardins, bem como para lavar quintais e fachadas.
  1. Avaliação de processos. Nas empresas, é importante realizar uma análise dos processos industriais para identificar áreas onde a água é utilizada de forma desnecessária ou desperdiçada.
  1. Reutilização de água. Implementar sistemas de tratamento de água que permitam a reutilização em processos que não exijam água potável.
  1. Tecnologias eficientes. Utilizar equipamentos e tecnologias de última geração que reduzam o consumo de água, como sistemas de refrigeração a seco.
  1. Treinamento dos funcionários. É fundamental educar os funcionários sobre a importância da economia de água e promover práticas conscientes no local de trabalho.
  1. Monitoramento e medição. Instalar sistemas de monitoramento para rastrear o uso de água e identificar áreas que necessitam de otimização.
  1. Irrigação por gotejamento. Na agricultura, a irrigação por gotejamento é uma técnica que fornece água diretamente às raízes das plantas de forma controlada e precisa. Isso reduz significativamente as perdas por evaporação e escoamento, maximizando a absorção pelas plantas. Essa abordagem economiza água ao direcioná-la especificamente onde é necessária.
  1. Uso de sensores e tecnologias de monitoramento. A utilização de sensores de umidade do solo e tecnologias de monitoramento em tempo real permite aos agricultores avaliar as necessidades hídricas das plantas de forma exata. Isso possibilita a aplicação sob demanda da quantidade adequada de água, evitando excessos e desperdícios.
  1. Rotação de culturas e práticas agroecológicas. A rotação de culturas e a adoção de práticas agroecológicas, como a plantação de culturas complementares e a utilização de plantas de cobertura, podem melhorar a estrutura do solo, aumentar sua capacidade de retenção de água e reduzir a necessidade de irrigação frequente.
  1. Cobertura do solo e mulching. A cobertura do solo com materiais orgânicos ou plásticos refletivos (mulching) ajuda a reduzir a evaporação da água do solo, mantendo a umidade e a temperatura estáveis. Isso reduz a necessidade de irrigação e protege o solo da erosão.
  1. Reuso de água e tratamento de efluentes. A implementação de sistemas de reuso de água, tratando e reciclando águas residuais agrícolas, permite que a água utilizada em processos anteriores seja reaproveitada. Isso não apenas economiza água, mas também reduz a poluição da água e melhora a qualidade do solo.

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