Lisboa 7/8/2024 – “É urgente dar oportunidade às pessoas de se alfabetizarem em IA, para que elas acompanhem as transformações trazidas por esta tecnologia” Tiago Belotte
Especialistas em educação, inteligência artificial e criatividade apontam que a melhor forma de aprender essa nova tecnologia é combinando-a às competências humanas, como a criatividade.
O uso da inteligência artificial (IA) no cotidiano e no ambiente de trabalho é cada vez mais comum. Muitas pessoas, ao serem questionadas, não percebem que já estão utilizando essa tecnologia em suas rotinas diárias. De acordo com o “Relatório Inteligência Artificial: Percepção e Usos da IA no Brasil“, realizado pela Opinion Box, 90% da população já faz uso de algum tipo de IA em seu dia a dia. Este relatório destaca a crescente presença da tecnologia em diversas esferas, demonstrando a sua relevância e penetração na sociedade.
Os números dão a impressão de que esta é a era dos Jetsons, um desenho de sucesso, criado na década de 1960 que apresentava a realidade de uma típica família americana, que dá nome à animação, num futuro muito distante. Ao rever um episódio dos Jetsons fica claro como a família daquela época era apenas transportada para um cenário futurista, com roupas espaciais e carros voadores. No entanto, as pessoas ainda saíam para trabalhar todos os dias, iam ao mercado fazer compras e usavam dinheiro nas transações financeiras.
Seis décadas depois deste futuro imaginado, a sociedade ainda carrega o hábito de lidar com as novas soluções como se fossem algo apenas utilitário. Os números da pesquisa da Opinion Box ajudam a perceber isso, pois, entre as empresas que utilizam IA, 28% a aplicam no setor de tecnologia e 24% a empregam no atendimento ao cliente. Ana Holanda, sócia da plataforma Dueto.ai, que oferece soluções educativas para a integração da IA no processo criativo, comenta: “É difícil a percepção de que a inteligência artificial veio para modificar como pensamos e até criamos. Quando as empresas utilizam IA no trabalho, frequentemente a tratam como uma substituta para pessoas, e não como uma parte integrante do processo de criação. Essa diferença é fundamental.”
A questão de se a IA substituirá pessoas no mercado de trabalho é uma discussão recorrente. Elon Musk, um empresário de grande destaque, defende a ideia de uma renda básica universal, argumentando que o avanço da IA pode diminuir a necessidade de trabalho humano, reduzindo a carga horária e os salários. Essa perspectiva levanta preocupações sobre a sustentabilidade econômica e a empregabilidade futura. Tiago Belotte, pesquisador e especialista em educação com uso de IA, além de sócio da Dueto.ai, não concorda com essa visão determinista. “A discussão sobre renda básica universal é importante, mas é urgente também dar oportunidade às pessoas de se alfabetizarem em IA, para que elas acompanhem as transformações trazidas por esta tecnologia”, afirma.
Da Teoria à Prática
Incorporar a IA como uma parte integrante do dia a dia das pessoas é uma tarefa que deve estar em todas as agendas, desde a educação básica até o ambiente empresarial. Belotte defende que “alfabetizar digitalmente e em inteligência artificial é um tema amplamente discutido nos fóruns mundiais de educação. Não é hora de negar a realidade e tentar reprimi-la, nem acreditar que só ter acesso basta. É fundamental ensinar, desde cedo, a usar a IA da melhor maneira possível, da escola ao mercado de trabalho.”
Esse processo de educação e adaptação é essencial para garantir que a IA seja uma parceira no processo de criação, e não apenas uma ferramenta de substituição. “Aprender a pensar de forma crítica e criativa, a partir de si mesmo, mas com o auxílio da inteligência artificial, é o caminho para produzirmos textos, materiais de comunicação, marketing, solucionar problemas e inovar de maneira autêntica. Temos, neste momento, a oportunidade de construir um caminho de conhecimento pela via da parceria entre pessoas e tecnologia, mantendo a nossa humanidade em todos os processos”, destaca Ana Holanda.
Esse ponto de vista é corroborado por um estudo realizado pela Microsoft em parceria com o LinkedIn, que coletou informações de 31 países, incluindo o Brasil. A pesquisa, realizada com mais de 30 mil funcionários das 500 maiores empresas listadas pela revista Forbes, revelou que 75% dos trabalhadores que desempenham atividades cognitivas já utilizam IA em suas tarefas diárias. Entre esses, 90% afirmaram que a IA ajuda a economizar tempo, 84% relataram que ela estimula a criatividade, e 83% disseram que o uso da IA aumentou a satisfação com o trabalho.
Alfabetização Digital
A plataforma de educação e inteligência artificial Dueto.ai tem como objetivo ajudar pessoas e empresas a entender como a IA pode potencializar a criatividade. Webert Ferreira, aluno da plataforma, sublinha a importância desses treinamentos: “Cursos como esses são supernecessários, porque esse link entre criatividade e IA é o diferencial e o fundamental para quem quer começar a mexer nas inteligências generativas, aprender a usá-las, reforçando o que é especial em nós, nossa humanidade.”
A Dueto.ai oferece treinamentos e imersões em inteligência artificial para pessoas e empresas, com uma ênfase especial na criação de conteúdo e na utilização de IA. Atualmente, a plataforma está investindo em programas de imersão que abordam a criação de conteúdo com o uso de inteligência artificial, destacando a importância de desenvolver uma parceria efetiva entre humanos e tecnologia, mantendo a essência criativa e humana em todos os processos.
Website: https://dueto.ai/
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