O mercado brasileiro para quem deseja empreender é desafiador, mas também cheio de oportunidades. De acordo com o levantamento Sobrevivência das Empresas Mercantis Brasileiras, realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), considerando todos os portes, a taxa de sobrevivência das empresas foi de 62%, ou seja, cerca de 38% fecharam antes de cinco anos. O estudo observou 13.165.332 de empresas entre os anos de 2017 e 2022.
Os resultados demonstram que os portes possuem curvas divergentes de sobrevivência, onde o Microempreendedor Individual (MEI) possui a menor, seguido das Microempresas (ME), Empresas de Pequeno Porte (EPP) e DEMAIS. Em 5 anos, a taxa de sobrevivência dos MEIs foi de 57,7%, das MEs ficou em 74,3%, das EPPs em 78,6%, e das DEMAIS em 83,4%.
Segundo Verônica Ricardo, gerente de processos da ContaJá – startup 100% digital focada em gestão contábil, fiscal e serviços regulatórios – os dados mostram que muitas empresas não conseguem passar dos primeiros 5 anos de vida, em grande parte, pela falta de planejamento financeiro.
“As companhias precisam ter uma boa gestão de fluxo de caixa e uma estratégia sólida de negócios. Para aqueles que buscam se preparar adequadamente, adotando boas práticas de gestão financeira e tributária, o cenário pode ser mais promissor”, avalia.
O estudo observou ainda que, ao excluir o MEI, a sobrevivência das empresas em 5 anos sobe para 89%. Com o MEI, cai para 48%. “Como muitos empreendedores não possuem conhecimento específico de gestão, contar com a assessoria de bons profissionais é essencial para auxiliá-los nessa missão”, esclarece a gerente.
Em relação à sobrevivência mediana das empresas que deram baixa no período analisado, os MEIs possuem as menores taxas. Dos 3.057.601 que fecharam, 1.528.801 não completaram 11 meses de existência. Das 451.383 MEs que encerraram atividade no período, 50% (225.692) não passaram de 1 ano e 7 meses. Das 52.639 EPPs que deram baixa, metade (26.320) permaneceu ativa por quase 1 ano e 5 meses. Das 51.235 DEMAIS empresas que fecharam no período, 25.618 tinham apenas 1 ano e 7 meses.
“A gestão financeira é o principal termômetro da longevidade de uma empresa, e um controle rigoroso do fluxo de caixa é fundamental. A organização interna precisa garantir que todas as decisões sejam fundamentadas em dados financeiros precisos, que sirvam como base para o planejamento de curto, médio e longo prazo. Nesse cenário, as empresas podem definir metas de receita e limites de gastos, o que proporciona previsibilidade de retorno e permite traçar planos para atingir os números estabelecidos”, explica a gerente.
Ela ressalta ainda a importância de analisar os resultados e ajustar as estratégias quando necessário. “A ausência de uma reserva financeira também constitui um risco significativo. Crises e imprevistos podem surgir a qualquer momento e não estar preparado para essas eventualidades pode resultar no fechamento do negócio. Automatizar processos garante que o empreendedor tenha uma visão mais clara das finanças em tempo real. Isso facilita a tomada de decisões estratégicas e alinhadas com os objetivos de crescimento”, finaliza a gerente de processos da Contajá.
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