A alfabetização é fundamental para o desenvolvimento social e econômico das sociedades. No entanto, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) sobre educação de 2023, divulgada este ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o Brasil ainda tem 9,3 milhões de analfabetos. Desse grupo, 8,3 milhões têm mais de 40 anos.
Esses números são alarmantes e reforçam a importância da celebração do Dia Mundial da Alfabetização, em 8 de setembro. A data foi instituída em 1967 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é destacar a importância da alfabetização para a dignidade e os direitos humanos, e incentivar a construção e apropriação das habilidades de leitura e escrita de toda a população do planeta.
Em 2024, a data terá como tema “Promoção da Educação Multilíngue: Alfabetização para o Entendimento Mútuo e Paz”. Essa escolha reflete a crescente valorização da educação baseada na língua materna e no multilinguismo como estratégias para promover o entendimento e o respeito entre diferentes culturas, ao mesmo tempo em que fortalece identidades comunitárias e preserva histórias coletivas.
A educação multilíngue, que incentiva o aprendizado de várias línguas, é vista como uma ferramenta essencial para promover a comunicação entre povos e nações. Segundo a especialista Luana Queiroz, business owner do High Five Bilingual Education, adotar abordagens multilíngues pode ter impactos significativos no desenvolvimento cognitivo e social das crianças. “A educação multilíngue permite que os alunos não apenas aprendam outros idiomas, mas que também desenvolvam uma maior empatia e compreensão por culturas diferentes. Isso cria um ambiente de paz e cooperação desde a infância”, afirma Queiroz.
A educação multilíngue baseia-se no princípio de que o aprendizado em língua materna oferece uma base sólida para a aquisição de outras línguas, respeitando as particularidades culturais dos estudantes. “O multilinguismo na educação vai além de ensinar novas línguas; trata-se de criar pontes que conectam histórias e tradições entre diferentes culturas” comenta a especialista.
No Brasil, soluções de educação bilíngue, como o High Five, têm trabalhado para integrar essas abordagens multilíngues em escolas de educação básica. “Nosso objetivo é formar alunos que sejam cidadãos do mundo, preparados para se comunicar em contextos globais”, afirma Queiroz.
Para a especialista, o Dia Mundial da Alfabetização serve como um lembrete da importância da educação multilíngue na construção de sociedades mais inclusivas. “Promover essa abordagem nas escolas é um passo essencial para garantir que as futuras gerações cresçam com uma visão mais ampla e conectada do mundo”, finaliza.
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