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Proibição do uso de celular vai além da sala de aula em SP

Proibição do uso de celular vai além da sala de aula em SP
Proibição do uso de celular vai além da sala de aula em SP

Para CEO da Plataforma AZ de Aprendizagem, a tecnologia evoluiu mais rápido do que a capacidade das pessoas de lidar com ela

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A partir deste mês, os estudantes da rede pública e privada do estado de São Paulo não poderão mais utilizar celulares e outros dispositivos com acesso à internet nos ambientes escolares, exceto para fins pedagógicos. A medida é resultado da sanção da Lei 18.058/24 pelo governador Tarcísio de Freitas, uma iniciativa que tem como objetivo combater distrações e priorizar o processo de ensino-aprendizagem nas salas de aula.

A legislação de São Paulo segue exemplos de outros estados brasileiros, como Rio de Janeiro, Roraima, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Maranhão e Tocantins, que já possuem restrições semelhantes.

Maria Helena Guimarães, presidente do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, explica que a nova lei vai além da proibição do celular em sala de aula, abrangendo todo o ambiente escolar, prevendo, inclusive, a criação de um espaço onde os alunos possam guardar os aparelhos ao chegarem.

“A lei prevê a utilização da tecnologia apenas em situações pedagógicas específicas, em que o uso de um aparelho eletrônico possa ser necessário. No entanto, esse uso precisa ser pedagogicamente qualificado e justificado”, explica a presidente.

Um passo necessário ou solução paliativa?

Sandro Bonás, CEO da Plataforma AZ de Aprendizagem, avalia que o avanço tecnológico superou a capacidade das instituições de ensino de integrar dispositivos de forma eficiente ao ambiente educacional. “A tecnologia pode ser uma poderosa ferramenta de aprendizado, mas, quando usada de forma indiscriminada, a distração se sobrepõe aos possíveis benefícios”, comenta.

Ferramentas de gerenciamento, como o Mobile Device Management (MDM), são exemplos de soluções que permitem controlar o uso de dispositivos, restringindo acessos e tempo de tela. Bonás ressalta que tecnologias como inteligência artificial e plataformas interativas têm o potencial de personalizar a aprendizagem, desenvolver habilidades socioemocionais e estimular o pensamento crítico dos estudantes.

Entretanto, ele alerta que o simples banimento dos aparelhos em sala de aula não é suficiente para resolver questões como concentração e desempenho acadêmico, já que os jovens continuam utilizando celulares em outros ambientes. Para o CEO da Plataforma AZ, o ideal seria um plano de investimento em infraestrutura tecnológica para escolas públicas, com dispositivos configurados para o uso educacional e com os gerenciamentos necessários, solução já adotada por algumas escolas particulares.

“Se a escola não ensinar as crianças a usar a tecnologia de forma crítica, elas aprenderão fora da sala de aula. Precisamos fazer da escola um espaço de aprendizado e experimentação tecnológica”, conclui.

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