A ABB, fabricante de motores elétricos e inversores de frequência, lançou o Projeto Circularidade, que faz a reinserção de componentes de motores, geradores e inversores de frequência obsoletos em novas cadeias produtivas. Voltada a empresas em processo de renovação de seus parques fabris, a iniciativa recolhe equipamentos antigos, faz a desmontagem, a separação dos componentes, a destinação correta de resíduos inaproveitáveis e a venda dos materiais coletados para indústrias que demandam insumos de origem reciclada.
O projeto chega com a proposta de agregar valor aos esforços de ESG de indústrias e a projetos de eficiência energética envolvendo a troca de equipamentos antigos com benefícios ambientais que podem ser, inclusive, contabilizados nas ações de descarbonização e nos relatórios de sustentabilidade dos clientes contratantes. Além de dar destino a materiais antes destinados a virar resíduos, o cliente recebe um certificado de emissões de carbono evitadas com a reciclagem e um relatório com a comprovação do destino de cada material coletado, incluindo, o fim dado aos materiais e resíduos eventualmente inaproveitáveis.
Segundo Marcelo Palavani, diretor da unidade de negócios de Motion da ABB no Brasil, na perspectiva dos clientes da empresa, o Projeto Circularidade pode complementar o resultado sustentável atrelado a investimentos em eficiência energética baseados na troca de equipamentos elétricos obsoletos. “Conseguimos comprovar as emissões evitadas com a reciclagem, que podem ser computadas nos esforços de mitigação de emissões ou nas metas de sustentabilidade. O relatório também traz o destino de cada material, com total rastreabilidade”, diz Palavani, acrescentando que, de forma geral, até 99% dos componentes coletados são reinseridos em novas cadeias produtivas.
“Diretores de engenharia, manutenção e operação já têm metas de bonificação atreladas à redução de emissões. Eles veem na nossa proposta uma forma de comprovar seus esforços, com o benefício da aquisição de produtos eficientes, reduções no consumo de energia e nas emissões de suas plantas”, diz Palavani.
Além de otimizar as ações de sustentabilidade corporativa, o projeto oferece ao cliente um desconto na aquisição de novos equipamentos da ABB, que varia em função do escopo da renovação, dos equipamentos coletados, dos novos adquiridos e do grau de eficiência final alcançada. Na experiência da ABB, a renovação de equipamentos elétricos se paga em vários casos em cerca de um ano e meio só com a economia de energia. O retorno pode vir ainda mais rápido se o projeto incorporar inversores de frequência que ajustam a velocidade e o torque do motor a sua aplicação, reduzindo o consumo de eletricidade em até 30%.
Segundo o Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP), que coordena iniciativas de eficiência energética em países em desenvolvimento, a otimização com inversores dos 300 milhões sistemas de motores em uso hoje no mundo poderiam reduzir o consumo de energia global em pelo menos 10%.
No caso do Brasil, que conta com um parque industrial com média de idade de 17 anos, com cerca de 20 milhões de motores trifásicos em operação, a maioria operando na potência máxima, a economia pode ser ainda maior. “Nossa expectativa é que a indústria brasileira siga adotando motores novos, mais eficientes, conectados a inversores, pelo interesse das empresas de serem mais produtivas, economizarem energia e se tornarem mais sustentáveis”, diz Palavani.