Em um mundo onde alimentos industrializados parecem dominar as prateleiras dos supermercados, a busca por opções saudáveis se tornou um verdadeiro desafio. De acordo com a nutricionista Juliana Mendonça, especialista em saúde intestinal, os conservantes utilizados para aumentar a durabilidade e intensificar o sabor dos produtos podem estar relacionados a problemas como inchaço, gases, constipação e até ganho de peso. Ela ressalta que a maioria dos produtos disponíveis contém uma alta quantidade de aditivos químicos, que acabam prejudicando o equilíbrio da saúde intestinal.
De fato, estudos, como o publicado no Journal of Nutritional Biochemistry, associam conservantes como o benzoato de sódio e nitrato de sódio à disbiose intestinal, um desequilíbrio da microbiota que pode levar à inflamação crônica do trato digestivo. “O intestino não foi projetado para lidar com essa quantidade de produtos químicos. Isso gera uma inflamação constante, que afeta todo o organismo”, explica Juliana.
Falsas promessas de alimentos “saudáveis”
A nutricionista também denuncia o que chama de “alimentos falsamente saudáveis”, como alguns iogurtes industrializados e cereais açucarados. Uma pesquisa publicada no British Medical Journal mostrou que iogurtes vendidos como “naturais” podem ter até 10 gramas de açúcar por porção, o que equivale a uma sobremesa açucarada. “Muitas pessoas acreditam estar fazendo boas escolhas quando compram esses produtos. No entanto, eles geralmente estão carregados de açúcar e conservantes”, continua a especialista.
O impacto negativo do açúcar e dos conservantes na microbiota intestinal está amplamente documentado. Um estudo da revista Cell Host & Microbe mostrou que o excesso de açúcar e aditivos em alimentos processados altera o equilíbrio da microbiota intestinal, favorecendo bactérias prejudiciais e contribuindo para inflamação, ganho de peso e resistência à insulina.
Como os probióticos podem proteger o intestino
Para combater os efeitos negativos dos conservantes, Juliana defende o consumo de alimentos ricos em probióticos e, em muitos casos, a suplementação probiótica. Probióticos são microorganismos vivos que, consumidos em quantidades adequadas, trazem benefícios à saúde intestinal, equilibrando a microbiota. Exemplos de alimentos ricos em probióticos incluem iogurtes naturalmente fermentados, kefir, chucrute e kombucha.
Estudos publicados na Frontiers in Immunology comprovam que os probióticos não só melhoram a saúde intestinal, como também reduzem inflamações no trato digestivo e otimizam a absorção de nutrientes. “Além de incluirmos esses alimentos na dieta, em muitas situações a suplementação é necessária, especialmente para quem já apresenta sinais de disbiose, como inchaço frequente e digestão lenta”, explica Juliana.
A nutricionista destaca ainda que os probióticos ajudam a proteger o corpo dos efeitos nocivos dos conservantes, criando uma barreira natural no intestino. Pesquisas, como uma publicada pela Frontiers in Microbiology, mostram que cepas específicas de probióticos podem amenizar esses danos, preservando a saúde intestinal, especialmente em um contexto de alto consumo de alimentos industrializados.
Saúde intestinal e controle de peso
Além de melhorar a saúde intestinal, Juliana destaca que os probióticos podem influenciar no controle de peso. Uma pesquisa publicada no British Journal of Nutrition indica que, especialmente em mulheres, a suplementação com probióticos pode influenciar a composição corporal, ajudando a reduzir a gordura.
A especialista revela que o efeito anti-inflamatório dos probióticos também pode ajudar a regular os hormônios que controlam a fome, contribuindo para um melhor controle de peso. “Os probióticos, junto com uma alimentação adequada, podem auxiliar no equilíbrio metabólico”, afirma.
Juliana faz um apelo para que as pessoas leiam os rótulos dos alimentos com atenção e façam escolhas mais criteriosas. “Proteger nossa saúde começa no supermercado”, alerta. Ao evitar alimentos com conservantes nocivos e priorizar os probióticos, é possível manter o equilíbrio intestinal e experimentar mais saúde e disposição.