Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgados em 2019, apontam que, no Brasil, há milhares de crianças e adolescentes que possuem algum tipo de deficiência, e esse número se reflete diretamente no sistema de educação que precisa criar processos que abracem as particularidades de cada aluno.
No entanto, garantir essa inclusão plena envolve mais do que simplesmente inserir alunos com necessidades específicas em salas de aula regulares: trata-se de construir uma experiência de aprendizagem que elimine barreiras e respeite a individualidade de cada aluno.
A professora Thainara Hoehne, com formação em pedagogia e especializada em Educação Especial e Inclusiva, que já atuou no corpo docente de escolas brasileiras a fim de compartilhar sua experiência e visão sobre a importância de uma educação e hoje trabalha no cuidado com crianças americanas, comenta sobre como esse ainda é um tema sensível e de como ainda é difícil fazer valer uma integração que promova a inclusão efetiva.
“Promover uma educação de qualidade significa incluir todos os alunos de forma igualitária, respeitando suas diferenças sem segregação e sem limitações”, destaca. Para Thainara, o foco deve estar em práticas que garantam o aprendizado significativo e a valorização de cada aluno, independentemente de suas características ou habilidades.
Segundo a profissional, a inclusão no ambiente escolar implica adaptação pedagógica, modificações estruturais e, principalmente, uma postura acolhedora por parte de toda a equipe educacional. “A inclusão só acontece de fato quando se cria um ambiente que acolhe as especificidades de cada aluno, promovendo o acesso e a permanência de estudantes com diferentes necessidades. Outro grande desafio é garantir o acesso, a permanência e a aprendizagem de alunos com necessidades sensoriais, cognitivas, físicas e psíquicas, para que eles possam realmente aprender e se desenvolver”, explica.
O processo, pela visão da Thainara, envolve, muitas vezes, recompensar práticas pedagógicas e metodologias adaptadas para atender a todos. O papel do educador é, portanto, central para garantir que a educação seja um direito acessível e significativo. “A inclusão exige disposição para seguir o processo com determinação e a valorização da individualidade de cada aluno”, acrescenta.
Ainda, de acordo com a profissional, além de proporcionar o acesso físico à escola, a inclusão escolar busca criar um ambiente de convivência saudável e enriquecedor, onde todos os alunos possam interagir e crescer juntos, aprendendo a respeitar e valorizar a diversidade. “Esse ambiente não apenas contribui para o desenvolvimento acadêmico, mas também para o desenvolvimento social e emocional de cada aluno, que passa a compreender e respeitar diferentes perspectivas e experiências de vida. Todas essas abordagens ajudam a construir um ambiente de convivência e aprendizagem que, em última instância, prepara os alunos para uma sociedade que valoriza e respeita a diversidade”, conclui.
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