Aprendizagem contínua favorece reinserção de profissionais 50+ no mercado

A população brasileira está envelhecendo e o mercado de trabalho já está sendo impactado. Um levantamento do SENAI e da CNI apontou que o número de trabalhadores com mais de 50 anos mais que dobrou entre 2006 e 2021, passando de 4,4 para 9,3 milhões. No mesmo período, esta faixa etária cresceu 63,2% e passou a representar 26% da população.  

Diante desse cenário, cresce a necessidade de adaptação por parte das empresas e dos próprios profissionais. A formação contínua, prática conhecida como lifelong learning, tem sido um dos caminhos adotados por esse público para se manter competitivo e enfrentar o etarismo — discriminação baseada na idade — ainda presente em processos seletivos e na cultura de muitas organizações. Um estudo da Ernst & Young em parceria com a Maturi revelou que 78% das empresas reconhecem adotar práticas etaristas, ainda que involuntariamente.   

Nesse contexto, a pós-graduação tem ganhado protagonismo entre os profissionais maduros. Rafael Ronqui, diretor do MBA do Centro Universitário FIAP, observa que o número de alunos com mais de 50 anos aumentou nos últimos cinco anos na instituição. “A pandemia acelerou o processo de adoção tecnológica. Pessoas que antes não utilizavam ferramentas para chamadas on-line – como o Teams ou o Zoom – passaram a incorporá-las na rotina, o que abriu caminho para considerarem formações on-line mais robustas, como o MBA”, afirma.  

Embora representem uma parcela ainda pequena do total de matriculados no ensino superior, as matrículas presenciais de pessoas com mais de 60 anos em instituições privadas cresceram 22% entre 2013 e 2023. Já no ensino à distância, o avanço foi de 672% — o maior entre todas as faixas etárias.  

Para o diretor do MBA da FIAP, o interesse dos profissionais maduros por formação avançada deve crescer ainda mais, impulsionado pelo aumento da longevidade e pelo desejo de seguir aprendendo e se mantendo produtivos após a aposentadoria. Para Ronqui, o MBA ajuda não apenas a atualizar conhecimentos técnicos e estratégicos, mas também a romper estigmas.  “Quando o profissional 50+ investe nesse tipo de formação, ele sinaliza ao mercado que está em sintonia com as transformações e pronto para contribuir com experiência e preparo”, conclui o professor.  

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