6 recomendações para segurança de jornalistas

Na sombra da violência: jornalistas e profissionais de mídia mortos em 2018. Relatório do IFJ apresenta dados sobre a situação de quem atua na área. Material também divulga seis recomendações de segurança para comunicadores

O relatório “In the Shadow of violence: journalists and media killed in 2018” (Na sombra da violência: jornalistas e profissionais de mídia mortos em 2018, em tradução livre), da Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês), divulgado em 7 de fevereiro, detalha as 95 mortes de profissionais de mídia de 2018. Além das informações em si, o material apresenta seis recomendações relativas à segurança de comunicadores.

O IFJ avalia que o aumento no número de mortes – 13 a mais do que em 2017 – pode ser explicado pela crescente polarização política. A ascensão de líderes populistas e a estigmatização de jornalistas por políticos como inimigos também são mencionadas no estudo.

Sem segurança

A região do planeta mais perigosa para jornalistas, segundo o relatório, é o sul asiático, composto por Paquistão, Índia, Afeganistão, Filipinas e Bangladesh. Das 95 mortes registradas em 2018, 32 aconteceram nesses países. O recordista é o Afeganistão: 16 profissionais de mídia perderam as vidas em ataques a bomba e tiroteios.

Na América, o recordista é o México, com 11 das 22 mortes da região. O relatório destaca que mais jornalistas morreram no México do que em países em conflito com Síria, Iêmen e Iraque. “O número de mortos em 2018, bem acima dos 16 registrados no ano passado, é alarmante para jornalistas que arriscam suas vidas ao exercer a liberdade de expressão e o direito à informação”, pontua a IFJ.

As mortes dos radialistas brasileiros Jefferson Pureza Lopes, Jairo Sousa e Marlon de Carvalho Araújo foram citadas no relatório. Eles foram mortos a tiros em janeiro, junho e agosto, respectivamente. A morte de Jefferson Pureza foi o primeiro caso a ser investigado pelo Programa Tim Lopes. O projeto é mantido pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Recomendações

Ao final do relatório, a IFJ incluiu uma lista com seis recomendações de segurança para profissionais e veículos de mídia, seguindo o Código Internacional de Conduta Segura do Jornalismo:

  1. Jornalistas e outros profissionais de comunicação devem estar devidamente equipados para todas as tarefas, incluindo o fornecimento de materiais de primeiros socorros, ferramentas de comunicação, meios de transporte adequados e, quando necessário, roupas de proteção;
  2. As organizações de mídia e, quando apropriado, as autoridades governamentais devem fornecer treinamento de conscientização de risco a essas organizações e a profissionais de mídia que podem se envolver em situações de perigo;
  3. As autoridades públicas devem informar seus funcionários da necessidade de respeitar os direitos dos jornalistas e instruí-los a respeitar a integridade física dos jornalistas e de suas equipes durante o exercício de seu trabalho;
  4. As organizações de mídia devem fornecer proteção aos envolvidos em atividades jornalísticas fora do local de trabalho, incluindo seguro de vida;
  5. As organizações de mídia fornecerão, gratuitamente, assistência médica, incluindo os custos de recuperação e convalescença, para jornalistas e trabalhadores da mídia vítimas de lesões ou doenças resultantes de seu trabalho.
  6. Organizações de mídia devem proteger jornalistas freelancers. Estes devem receber, em igualdade de condições, a mesma proteção e acesso a formação e equipamento disponibilizado aos empregados formais.

Para informações mais detalhadas sobre o levantamento do IFJ, acesse o relatório completo.

Leia mais:

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Por Natália Silva.

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Abraji

Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Criada em 2002 por um grupo de jornalistas brasileiros interessados em trocar experiências, informações e dicas sobre reportagem, principalmente sobre reportagens investigativas. É mantida pelos próprios jornalistas e não tem fins lucrativos.

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