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7 mitos e verdades sobre projetos de minigeração fotovoltaica

Campinas, SP 15/10/2020 – No âmbito do ACL (Ambiente de Contratação Livre) esta afirmação seria falsa, pois neste ambiente podem ser realizadas transações de compra e venda de energia

Você sabe tudo sobre projetos de minigeração fotovoltaica? A convite do Canal Solar, especialistas responderam 7 afirmações sobre o tema, e nos contaram: é verdade ou mito? Entenda o porquê.

1) Uma resistência de aterramento menor que 10 ohms me assegura que o projeto de aterramento é bom

Paulo Edmundo Freire, mestre em engenharia elétrica, doutor em geologia, relator da do projeto de norma brasileira de aterramento de parques solares e professor no Canal Solar, declarou que a afirmação é um mito.

“Cabe observar que baixas resistências de aterramento não garantem um projeto seguro, e que altas resistências de aterramento não significam, necessariamente, um projeto inseguro. Conforme estabelece a norma NBR-15751/2013 – item 10.1 Recomendações Gerais – o projeto de aterramento deve garantir níveis de corrente de curto-circuito fase-terra suficientes para permitir a atuação da proteção de retaguarda, assim como potenciais de passo e de toque suportáveis, o que pode ser obtido por uma geometria de malha de aterramento compatível com a resistividade de solo local, com a parcela da corrente de falta dissipada pela malha e com os tempos de atuação da proteção”.

2) Os custos de reforços e adequações na rede são sempre de responsabilidade do consumidor de energia (acessante)

Dirceu Ferreira, mestre em engenharia elétrica, com atuação de mais de 30 anos na distribuidora de energia CPFL avaliou esta afirmação como um mito, e explicou melhor sobre os custos de reforços e adequações na rede.

“Os custos de responsabilidade do consumidor, conhecido como PFC (Participação Financeira do Consumidor) depende da demanda a ser contratada, do custo proporcionalizado das obras de adequações no sistema (CP) e do ERD (Encargo de Responsabilidade da Distribuidora). Ou seja, PFC = CP – ERD. Se o ERD for maior ou igual ao Custo Proporcionalizado (CP), o consumidor não terá custo nenhum para as adequações, ficando tudo sob responsabilidade da distribuidora”.

3) Não é permitido vender a energia gerada pelo meu parque solar

Bernardo Marangon, mestre em engenharia elétrica e diretor da exata energia, confirmou que a afirmação é verdadeira e ainda explicou o porquê.

“Em regulatório é vedada a venda de energia no ambiente de contratação regulado, ou seja, onde a Geração Distribuída opera não existe transação de energia, o método utilizado é o Net Metering. Quando a unidade consumidora injeta energia na rede isto gera um crédito em kWh com a distribuidora de energia. Quando o consumidor consome energia da rede este crédito é compensado. Caso o consumidor gere mais do que consume, não pode vender, esta energia será computada como um crédito a ser utilizado no próximo mês”, afirmou Marangon.

“No âmbito do ACL (Ambiente de Contratação Livre) esta afirmação seria falsa, pois neste ambiente podem ser realizadas transações de compra e venda de energia”, acrescentou o engenheiro.

4 ) Os custos de manutenção inviabilizam a utilização de trackers

Vitor Tavenari, engenheiro aeronáutico e presidente da Politec, confirmou que a afirmação é um mito e também explicou como funcionam estes custos.

“O percentual de uma possível manutenção é muito baixo comparado aos possíveis ganhos de até 28% de geração de energia, que reduzem o custo da energia gerada. O custo de manutenção adicional é de 0,3% do Capex ao ano. Apenas comparando o custo da demanda, que reduz 20% em R$/MWh com tracker representa um ganho 10 vezes maior que o aumento do custo devido a possível manutenção do tracker”.

5 ) É possível enterrar os cabos diretamente em solo

Mateus Vinturini, engenheiro eletricista e consultor técnico do Canal Solar certificou a afirmação como verdadeira e ainda listou quais são os cuidados necessários para enterrar os cabos diretamente no solo.

“Para enterrar, o cabo deve ser do tipo armado ou a instalação dele deve prover algum tipo de proteção mecânica acima do cabo, como uma leve camada de concreto ou outro material que o torne protegido contra movimentações de terra. Além disso, recomenda-se entrar em contato com o fabricante do cabo para saber se o mesmo confirma que aquele equipamento pode ser diretamente enterrado ou se há algum outro cabo melhor preparado para isso no portfólio dele”.

6) Quanto menor o custo por Wp melhor é a viabilidade do projeto

Felipe Santos, engenheiro de materiais e gerente de vendas na fabricante de módulos fotovoltaicos JA Solar, explicou que essa afirmação, geralmente, enquadra-se como mito, mas isso pode variar de acordo com o sistema.

“Quanto menor o Wp do módulo, ou dos equipamentos em geral, significa que são equipamentos de tecnologias mais obsoletas e de menor potência. Assim, você vai precisar de muito mais módulos para um mesmo tamanho de sistema, então, você vai economizar no módulo, mas vai gastar muito em outros componentes chamados de BOS (Balance of System). Sendo assim, vai levar a um maior custo total do sistema, ou seja, o compensado de um lado é gasto do outro. Nem sempre o menor Wp vai levar a um custo menor do sistema. O ideal é sempre calcular o LCOE, que é o custo do investimento, dividido pela quantidade de energia gerada no período. Módulos de mais alta tecnologia e mais alta potência vão conferir um menor BOS e LCOE. Entretanto, se for um sistema residencial pode ser um módulo mais barato, essa diferença é menos sensível em um sistema de telhado”.

7) O conteúdo harmônico gerado pelos meus inversores influi no projeto do parque fotovoltaico

Ricardo Alonso também desvendou esse mito. Segundo o ele, os inversores são severamente testados e devem sempre operar dentro de limites estabelecidos e esses sempre dentro das requisições de um parque solar.

“Para que isso possa ser verdade o inversor deve ter algum problema ou a quantidade de inversores em paralelo gerar ressonância. Temos como calcular, e deveria ser obrigatório tal simulação de conteúdo harmônico no ponto de conexão”.

Website: https://canalsolar.com.br/noticias/item/1088-10-mitos-e-verdades-sobre-projetos-de-minigeracao-fotovoltaica

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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