Presidente da Câmara quer discutir a manutenção da obrigatoriedade da publicação de balancetes em jornais impressos. Ao comentar MP, Rodrigo Maia afirma que Bolsonaro não é atacado pela imprensa
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu que a Câmara e o Senado construam um acordo para que os jornais impressos não sejam inviabilizados pela Medida Provisória 892/19, assinada na última terça-feira, 6, pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
Ao ser indagado por repórteres, Rodrigo Maia disse, contudo, não acreditar que a MP tenha sido uma retaliação à imprensa por parte de Bolsonaro. Entretanto, o presidente da Câmara afirmou que a medida pode, sim, prejudicar os jornais impressos espalhados Brasil afora.
A medida
A MP 892 permite que empresas publiquem seus balancetes no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ou do Diário Oficial (DOU), em vez de veículos impressos. Os jornais impressos poderão perder receita com essa medida. Antes da edição da MP, a legislação exigia que os documentos fossem divulgados na imprensa oficial e em jornal de grande circulação.
Liberdade de expressão
Rodrigo Maia negou que a imprensa esteja atacando o presidente da República e defendeu a liberdade de expressão. “Acho que a imprensa não está atacando ele [Bolsonaro], está divulgando notícia, se é contra ou a favor é a avaliação que cada um de nós temos que fazer”, declarou.
“Minha preocupação é que o papel jornal ainda é um instrumento da divulgação da informação, da garantia da liberdade de imprensa e de expressão da nossa democracia. Retirar essa receita dos jornais da noite para o dia não parece a melhor decisão”, afirmou o presidente da Câmara.
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Reportagem: Luiz Gustavo Xavier
Edição: Pierre Triboli