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Como ficará a cultura organizacional no período pós-pandemia?

Dentro de algumas semanas, se tudo der certo, haverá uma retomada gradual da atividade econômica pausada pela pandemia. Refletir sobre o período anterior ao isolamento social é fundamental, como medida para o que está por vir, pelo viés da gestão de pessoas e do valor dos negócios.

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São Paulo 15/5/2020 – Será quase inviável colocar em prática aquele plano de alinhamento estratégico cuidadosamente desenhado em 2019 para toda a equipe.

Dentro de algumas semanas, se tudo der certo, haverá uma retomada gradual da atividade econômica pausada pela pandemia. Refletir sobre o período anterior ao isolamento social é fundamental, como medida para o que está por vir, pelo viés da gestão de pessoas e do valor dos negócios.

Em 2018, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 1,3% em 2019 apenas 1,1% (IBGE), ou seja, mostrava um pífio sinal de recuperação. Em janeiro de 2020, antes da realidade que vivenciada hoje, a secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia arriscava projetar um crescimento entre 2,5% a 3% do PIB. O empresariado já vinha trabalhando intensamente colocando em prática planos de ação para um ano de, no mínimo, esperança de dias melhores. No entanto, em março, o esperado pico positivo de prosperidade se transformou num profundo vale, no patamar de 0,02%, em um espaço de apenas 60 dias.

Existe uma grande apreensão por parte de todo o mercado de trabalho a respeito do modelo costumeiro de operar. A insegurança do emprego garantido voltou a pairar no pensamento dos trabalhadores. Foi constatado, através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua (31|mar|2020) do IBGE, que o mercado de trabalho apresentava sinais de deterioração antes mesmo do avanço da COVID-19 no Brasil. A taxa de desemprego do trimestre que fechou em Fevereiro em 11,6%, deve terminar 2020 com uma média de 13%, podendo ultrapassar 16% nos próximos meses.

Será quase inviável colocar em prática aquele plano de alinhamento estratégico cuidadosamente desenhado em 2019 para toda a equipe. Em outras palavras, este plano deverá ser redesenhado, pautado em um novo cenário bem mais desafiador. Motivação e desempenho, mais do que nunca estarão na linha de frente dos Conselhos das empresas, seguidos de incertezas com relação a mercados, cadeias de suprimento e capacitação das equipes executivas.
Mais do que nunca, o momento atual pede um olhar apartidário dos negócios, baseado em conhecimento e experiência. Vale ressaltar que os parâmetros de relacionamento, competição e sucesso deverão ser rediscutidos e reavaliados, pois antes de tudo, é tempo de solidariedade e resiliência.

O real valor do negócio

É inevitável associar crises às estatísticas amplas em situações extremas. No entanto, esse pensamento não é benéfico para a saúde dos negócios. Da mesma forma que o PIB sofreu uma variação negativa em questão de meses, o número de falências e recuperações judiciais também apontou sensível melhoria em 2019, comparado a 2018, mas deve crescer significativamente de novo em 2020. Situações extremas não são a melhor referência para o planejamento em empresas se o foco é o aumento no valor do negócio.

O que se pode aprender com os segmentos que continuam em expansão neste momento crítico da economia? Analisando-os individualmente, se observa que alguns setores de Bens de Consumo, Papel e Celulose, Varejo e Serviços, por exemplo, apontam que algumas empresas encontraram níveis de excelência operacional para enfrentar a crise com agilidade, minimizando riscos e mantendo os resultados em níveis acima da média. Para essas empresas, o desafio será sustentar os resultados alcançados no período da pandemia, enquanto para os que estão sofrendo com a retração brusca da economia, o importante será estabelecer novas diretrizes e agir para disciplinar a execução do seu negócio, no novo Normal da economia e da sociedade. As cadeias de valor de todos os negócios precisarão ser revistas e adaptadas aos parâmetros do novo Normal, com foco em tecnologia, força de trabalho descentralizada, cadeias de suprimentos flexíveis e principalmente com atenção redobrada na produtividade das equipes e dos ativos.

Trabalhar com foco no planejamento operacional, na capacitação das equipes e em excelência na execução no dia a dia, será não apenas um atributo para obter melhores resultados, mas a diferença entre ter produtos e marca valorizados em sua essência, seja em tempos normais, seja em tempos de tormenta.
Nesse período de retomada, projetos pensados para o longo prazo, mas executados em poucas semanas, intensivos e eficazes, com investimentos adequados à uma nova realidade, podem ajudar a recuperar os meses perdidos e garantir a sobrevivência dos negócios.

Francisco Loureiro
Presidente da Proudfoot Brasil

Website: https://proudfoot.com.br

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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