5/11/2020 – “Vale a pena pegar indústrias que estão no mercado, empresas estruturadas com a produção, distribuição e logística, e apresentar uma inovação”, afirma Mazzei.
Não importa a crença. Seja por providência divina, descrita nos textos bíblicos; seja por força da natureza, resultado de uma grande explosão; seja por puro trabalho do acaso; o fato é que o mundo é uma grande invenção, ainda que existam hipóteses acerca de quem seria o inventor.
A verdade é que não há como discordar das duas afirmações a seguir: sem invenção, não existiria mundo, e, sem inventores, não haveria invenções. É por isso, talvez, que a categoria tenha uma data para chamar de sua, comemorada no último dia 4 de novembro.
Do avião do mineiro Santos Dumont às ideias mais práticas e inusitadas para o dia a dia, como a estufa para a secagem de bancos, do paraense Plácido Avelino, o fato é que, brasileiros, são dotados de uma peculiar criatividade, que abre as portas para as mais variadas invenções.
“Aí é que mora a diferença. As grandes invenções surgiram de uma ideia, mas só se concretizaram porque alguém resolveu tirá-las do papel. É preciso botar a cara para fora da janela. Quando você inventa uma coisa, não adianta ficar no ambiente familiar e guardá-la em casa. Você precisa ofertar para o mercado de alguma forma”, conta Carlos Mazzei, presidente da Associação Nacional dos Inventores (ANI).
Com sede em São Paulo, a ANI conta com mais de três mil associados e presta suporte a inventores e empresários quanto à legislação que rege a propriedade industrial (marcas, patentes, direitos autorais, copyrights e registros de softwares) e no lançamento de produtos e projetos para diversas áreas da atividade industrial e comercial.
Foi através da ANI que a brasileira Mariana Viotto consolidou uma ideia antiga. Criou um equipamento que pode ser acoplado aos carrinhos de bagagem utilizados nos aeroportos, transformando-se em uma plataforma para o passageiro sentar.
A invenção é prática e fácil de ser carregada. Pesa cerca de quatro quilos e não danifica o carrinho ao qual será acoplada. A configuração também permite que ambos os lados recebam anúncios publicitários, tornando-se uma opção vantajosa para investidores. O equipamento suporta até 110 kg, e pode ser utilizado, além de assento, como apoio para notebooks e mesa para refeições. Conta com qualidade certificada pelo INMETRO e bons resultados em intensivos testes de satisfação.
“Vale a pena pegar indústrias que estão no mercado, empresas estruturadas com a produção, distribuição e logística, e apresentar um produto inovador. Tanto o investidor quanto o inventor estão ávidos pela chance de fazer dar certo”, afirma Mazzei.
Foi o que aconteceu com o inventor Thiago Martins Farias ao criar um sistema que evita o desperdício de água nos chuveiros de aquecimento a gás. O invento soluciona o problema do desperdício dos primeiros litros de água com aquecimento a gás ao redirecioná-la, ainda fria, para o sistema de cisterna dos condomínios, antes mesmo de sair pelo chuveiro ou torneira. Desta forma, a água só será liberada quando estiver na temperatura ideal.
Pedalar dentro d’água fazendo um percurso, certamente, é uma novidade para você. O invento criado por Cibele Grillo Alves e Regiane Cristine Salmoiraghi reproduz o movimento de pedaladas, assim como a postura sentada em um selim, com apoio das mãos em guidão, com deslocamento pelo espaço, ou não, em ambiente aquático apropriado para adolescentes e adultos. Os equipamentos atuais com propostas parecidas não são portáteis nem proporcionam o deslocamento aquático, diferente do criado por Cibele e Regiane.
O Aqua Birota pode ser usado tanto para lazer quanto para a saúde, já que poderá integrar tratamentos de fisioterapia, auxiliar na perda de peso e no fortalecimento do condicionamento físico. O equipamento, registrado através da ANI, possui elevado potencial de comercial e promete despontar no mercado nos próximos meses. Mais uma invenção brasileira de sucesso para fazer jus ao título de país com mentes brilhantes.
Aliás, as tais mentes brilhantes que facilitam a vida da humanidade e têm coragem para ousar merecem homenagens em todos os dias do ano, assim, marcados no calendário. Aliás, o que seria do calendário se não fosse um inventor?
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