Campinas, SP 14/9/2021 – O consumidor tem sofrido tanto na hora de realizar o planejamento para construção de seu imóvel quanto na hora de desembolsar por produtos para sua obra
Segundo levantamento realizado pela FGV (Fundação Getulio Vargas), produtos do setor de construção civil registraram um aumento acumulado em 38,66% nos últimos 12 meses; apesar de cenário, alta no setor deve ser impulsionada por projetos de grande porte
Realizar um bom planejamento para a construção ou a reforma de um imóvel, estimando de forma precisa os gastos para o empreendimento, tem sido uma tarefa e tanto para os brasileiros. O motivo: a maior inflação no preço dos produtos do setor de construção civil nos últimos 28 anos, que, segundo levantamento realizado pela FGV (Fundação Getulio Vargas), elaborado a partir do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), registraram um aumento acumulado em 38,66% nos últimos 12 meses.
Tal dificuldade na organização da empreitada por conta da inflação se dá, em grande parte, pelo fato de que, segundo estimativas da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), a etapa de acabamentos de uma obra residencial inicia-se, em média, 8 meses após o início da construção, com os gastos podendo chegar a até 60% do investimento total do empreendimento.
Ainda de acordo com o estudo da FGV, o principal componente que puxou esse aumento foi o aço, cuja alta fechou em 72,6% nos últimos 12 meses até maio. Em um recorte mais amplo, o aumento também é expressivo: segundo o INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção – Disponibilidade Interna), apurado pela FGV, os materiais e equipamentos de construção acumulam uma alta recorde de 32,92% no período de 12 meses encerrado em junho, o maior patamar desde o início do Plano Real.
“O consumidor final tem sofrido nestes últimos meses tanto na hora de realizar o planejamento para construção de seu imóvel quanto na hora de desembolsar por produtos para sua obra”, afirma Diego Demonte, fundador e CEO da Hausz, rede de lojas especializadas em acabamentos para construção civil.
Setor impulsionado: crescimento está projetado para 4%
A maior inflação no preço dos materiais de construção em quase três décadas e a consequente dificuldade de planejamento para realização das obras, no entanto, não têm impedido o impulsionamento do setor: estima-se que a área da construção civil cresça 4% neste ano, o maior índice desde 2013, segundo o estudo Desempenho Econômico da Indústria da Construção do 2º Trimestre de 2021, realizado pela CBIC.
Tal crescimento, segundo o estudo, deve ser impulsionado pelos projetos de grande porte, de maior valor, visto que o aumento do custo de materiais de construção tende a desincentivar projetos voltados à população de menor poder aquisitivo.
O executivo explica que o fato de várias matérias primas ligadas ao setor – como minério de ferro, alumínio e cobre – terem o preço atrelado ao dólar indica que o cenário não deve melhorar a curto prazo.
“É muito importante que as empresas pensem em alternativas para reterem os consumidores, já que a tendência é que o cenário permaneça como indicado anteriormente”, completa.
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