Barueri 24/11/2021 – O crescimento que o setor observou em 2021 deve se manter, ou até crescer nos próximos anos.
Com crise hídrica e busca por sustentabilidade, expectativa do setor é de manter altas taxas de procura
A região metropolitana de São Paulo observou nos primeiros 10 meses de 2021 um crescimento exponencial na instalação de sistemas de energia solar. O acréscimo de usinas fotovoltaicas instaladas saltou de 2.959 no início do ano para 5.181 ao final de outubro, segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
A associação do setor estima que a geração de energia elétrica através da luz solar cresça ainda mais, impulsionada inclusive pela crise hídrica prevista para o próximo ano. Em todo o país cerca de 6% da população utiliza energia gerada pela luz solar. O estado de São Paulo consome cerca de 13% desta energia produzida no país.
Segundo relatório divulgado recentemente pela consultoria Greener, especializada na área, o setor tem experimentado um crescimento anual de 99%. Esse avanço se sustenta na queda de preço dos sistemas, acesso mais fácil ao crédito e no valor da tarifa de energia. A crise hídrica que o país enfrenta adiciona mais um fator em favor da geração de energia solar.
Um exemplo da elevada procura na Grande São Paulo, entre empresas de diferentes segmentos, pode ser observado em uma indústria que, em parceria com uma integradora de sistemas fotovoltaicos, instalou no telhado de sua sede, na cidade de Carapicuíba, junto ao Rodoanel, uma usina com 4.300 m2 de área, uma das maiores do país, capaz de gerar em média mais de 75.000 kwh/mês.
“Nosso consumo de energia é de cerca de 85.000 kwh/mês. Com o telhado fotovoltaico buscamos suprir quase 90% desse consumo”, disse Hugo Trevizan, diretor de planejamento da Udiaço, que atua no segmento de distribuição e serviços para a construção civil. O executivo corrobora com um dos principais fatores apontados pela ABSOLAR para o crescimento da geração solar: a busca da autossuficiência energética.
Para Sunning, integradora de sistemas fotovoltaicos que fica em Santa Cruz do Sul, na Serra Gaúcha, responsável pelo projeto, vários foram os desafios. O maior foi uma instalação de grande porte, dentro de um centro urbano, envolvendo muitas pessoas e com a empresa em pleno funcionamento. “A usina fotovoltaica da Udiaço é a maior de São Paulo em um telhado e tem a dimensão duas vezes superior a maior obra deste porte realizada até então. Tivemos que buscar várias soluções técnicas inovadoras”, concluiu Abraão Algarve, diretor da Sunning.
Para a Udiaço, a equação econômica não foi a única a ser levada em conta na escolha da usina fotovoltaica. O respeito ao meio ambiente foi determinante para o projeto ir adiante. “Todo consumo de energia elétrica gera um passivo de CO2. Por mais que a matriz energética brasileira seja hídrica, o processo para que a energia chegue na nossa tomada gera esse passivo”, lembrou Hugo. “Antes precisávamos de 3510 árvores para absorver o CO2 que produzíamos indiretamente, devido ao consumo de energia. Agora precisamos de apenas 434”.
Segundo a associação do setor, desde 2012 cerca de 12,5 milhões de toneladas de CO2 deixaram de ser emitidas na geração de eletricidade no país e houve economia nas hidrelétricas por conta da energia solar. A declaração foi dada por representantes da entidade durante a COP26, Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, em Glasgow, Escócia.
“O crescimento que o setor observou em 2021 deve se manter, ou até crescer nos próximos anos”, garante Abraão Algarve. Essa é mesma expectativa da ABSOLAR, que informa em seu portal que sistemas fotovoltaicos brasileiros já produzem pouco mais da metade da potência instalada na usina de Itaipu.
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