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Educadores alertam: é preciso ir além do teste vocacional

Escolha profissional precisa considerar fatores como interesses, aptidões, habilidades e perfil comportamental. 82% dos adolescentes no Ensino Médio sentem-se confusos no momento da decisão.

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São Paulo, SP 17/1/2022 – É preciso ir além do teste vocacional e promover o autoconhecimento. Essa é a base não só da escolha profissional, mas de toda uma carreira de sucesso.

Escolha profissional precisa considerar fatores como interesses, aptidões, habilidades e perfil comportamental. 82% dos adolescentes no Ensino Médio sentem-se confusos no momento da decisão.

Angústia e ansiedade são algumas das palavras que definem o sentimento da maioria dos adolescentes diante da necessidade de escolher uma profissão durante o Ensino Médio. Para amenizar o problema, famílias investem em um teste vocacional ou projetos específicos de orientação.

Esse investimento se justifica. Um estudo divulgado pela CMOV mostrou que 82% dos adolescentes relatam que têm dúvidas quanto à futura carreira ou sequer imaginam qual será a profissão escolhida.

Os resultados desta indecisão aparecem em consequências de curto e longo prazo. O índice de abandono ou troca de cursos de faculdade é de 56%. Isso significa que mais da metade dos estudantes perde tempo e dinheiro, ao mesmo tempo em que se frustram com a profissão. As consequências deste trauma podem impactar toda a carreira. 

É preciso ir além do teste vocacional

Embora o teste vocacional tenha sua importância, algumas famílias e escolas começaram a desenvolver um olhar diferenciado sobre este momento de escolha e entenderam que é necessário proporcionar outros recursos para ajudar o adolescente em sua decisão. 

A principal razão para a dificuldade de escolha está no fato de que, nesta fase da vida, o jovem ainda tem pouco conhecimento de si. Por isso, a abordagem mais adequada é aquela que promove um autoconhecimento mais profundo. 

Um exemplo desta abordagem que prevê todo um processo de autoconhecimento é o programa de Orientação Vocacional e Profissional desenvolvido pela rede de Educação Adventista em parceria entre o Grupo APSE.

A partir da ferramenta aplicada para os estudantes da rede de Educação Adventista, o aluno entende como cinco características importantíssimas, expressas pela sigla CARFO —  Comunicação e sociabilidade, Ação e busca de resultados, Ritmo e paciência, Formalidade e preocupação, Objetividade e subjetividade — se manifestam em seu comportamento.

A combinação dessas cinco características é capaz de predizer se uma pessoa estará mais ou menos apta a desempenhar uma determinada função. O relatório de Orientação Vocacional e Profissional mostra justamente o grau de compatibilidade entre o estudante e as diversas carreiras. 

Escolha profissional segura traz impactos a curto e longo prazo

Segundo Nurya Ricci, analista comportamental e sócia-administradora do Grupo APSE, este processo de autoconhecimento tem um grande impacto não só no sucesso profissional, como também na vida pessoal.

Quando a pessoa opta por uma profissão para a qual ela não tem aptidão, ela precisará realizar um esforço muito maior para realizar atividades que não são naturais para seu perfil comportamental. O profissional se torna infeliz e essa situação contribui para desencadear estresse ou, nos casos mais graves, a síndrome de burnout. 

Além disso, não gostar de realizar as atividades inerentes à profissão faz com que o indivíduo dificilmente se destaque em seu segmento, apresentando uma atuação medíocre. Consequentemente, ele não tem nem a realização pessoal e nem a compensação financeira que esperava.

Segundo a analista comportamental, “quando a pessoa não gosta do que faz, ela dificilmente estuda a fundo, dificilmente faz outros cursos. Assim, não se torna um profissional excelente e realmente valorizado pelo mercado”.  A especialista continua: “Estudar para uma profissão que a pessoa não gosta, se especializar nela, custa muito. Não é dinheiro. É tempo, energia. O profissional perde muito quando opta por uma profissão que não gosta”.

Embora seja possível mudar de profissão ao longo da vida, o Ensino Superior exige investimento. Assim, se o estudante conseguir fazer uma escolha certeira logo em sua primeira tentativa, ele poupará recursos pessoais ou da família, além de facilitar sua inserção no mercado de trabalho.

Autoconhecimento torna o profissional protagonista de sua carreira

No Brasil, talvez pareça utópico dizer que o profissional pode ser protagonista de sua carreira. Com altos níveis de desemprego, muitas pessoas sujeitam-se ao trabalho que encontram, independentemente da compatibilidade entre a cultura organizacional e o comportamento do indivíduo.

Porém, o autoconhecimento contribui para que o futuro profissional, hoje estudante, inverta esta posição. Em primeiro lugar, ao trabalhar com o que realmente tem aptidão para fazer, suas chances de se destacar no mercado são maiores. Assim, ele tem mais reconhecimento e uma remuneração melhor.

E não se trata apenas da escolha da profissão, mas até mesmo da seleção da empresa onde ele irá trabalhar e de sua interação com outros colegas de trabalho, chefes ou subordinados. 

O profissional com autoconhecimento profundo consegue perceber quando a cultura da empresa não é compatível com seus valores e prefere buscar colocação em outra organização. Assim, ele evita os desgastes que geralmente ocorrem quando esses fatores não estão alinhados.

Finalmente, ao se conhecer melhor, o profissional consegue se adaptar aos ambientes e se relacionar melhor com os colegas de trabalho. Atualmente, esta habilidade é mencionada como uma das soft skills mais importantes para ascensão na carreira. 

Orientação Vocacional e Profissional adaptada ao Novo Ensino Médio

O programa de Orientação Vocacional e Profissional é realizado há anos com os alunos do Ensino Médio da rede de Educação Adventista. Na região central de São Paulo, eles têm acesso gratuito à ferramenta, resultado e sessões de análise do relatório e orientação.

Porém, a partir de 2022, o programa passará por uma reformulação, com o objetivo de atender às necessidades dos estudantes de forma ainda mais completa. Como o novo Ensino Médio prevê a escolha de itinerários formativos de acordo com os interesses do aluno desde o primeiro ano, esse levantamento será feito a partir do 9⁰ ano do Ensino Fundamental.

A analista comportamental Nurya Ricci aprofunda ainda mais esta discussão em um dos episódios do Educast. Ela explica ainda qual é o impacto do autoconhecimento no futuro da carreira e como o programa de Orientação Vocacional e Profissional pode ajudar os estudantes nesta decisão. O episódio está disponível em  ea.org.br/ovp.

 

Website: https://ea.org.br/

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