24/11/2021 – A ancestralidade africana, tão presente em nosso cotidiano, é exposta de forma exuberante na escolha da fotografia
Selecionada pelo Prêmio Funarte Artes Visuais 2020/2021, a mostra “A Cultura e suas Peculiaridades”, do artista plástico Eduardo Carvalho, chega a Belo Horizonte, onde ficará em exposição na Galeria Funarte MG entre os dias 4 de novembro e 4 de dezembro. Em seguida, a exibição – que recebe o apoio do MTur (Ministério do Turismo), da Secult (Secretaria Especial da Cultura) e da Funarte (Fundação Nacional de Artes) – segue para Franca (SP), onde permanecerá em cartaz de 8 de dezembro a 8 de janeiro de 2022.
Nesta edição, o Prêmio Funarte teve como tema principal “O diálogo entre o patrimônio histórico da cidade do Rio de Janeiro e o brasileiro presente nas artes visuais, na arquitetura e nos espaços urbanos”.
Sobre o tema da exposição, Carvalho observa que o espaço urbano é a representação realista da história. “Nele, podemos encontrar diversos olhares, com várias formas de pensar, perceber e sentir. O urbano é a prova indelével das ações humanas no tempo e espaço. Na cidade, o homem é produtor da própria história”. Para o artista plástico, as cidades são palco para as representações, ideias, conceitos, concepções, valores e princípios.
Angélica Capelete, CEO da Impacto Comunicação e Entretenimento – empresa contratada para assessorar e executar o evento -, por sua vez, destaca que, ao analisar o trabalho de Carvalho, é possível perceber o seu apelo cultural e social.
“A ancestralidade africana, tão presente em nosso cotidiano, é exposta de forma exuberante na escolha da fotografia. À medida em que notamos os traços do desenho, nos colocamos juntos. Símbolo de resistência no conjunto da cultura brasileira, nossa ‘africanidade’, aflora junto com o desenvolvimento da percepção da obra dele”, afirma.
Mostra celebra africanidade
Na análise do artista plástico Eduardo Carvalho, a realidade e a história brasileira posicionam o país como uma nação de contradições. “Os quilombos, as favelas e as periferias são a síntese dessa dinâmica histórica”.
Neste sentido, segundo Carvalho, o Rio de Janeiro é a síntese da realidade brasileira. “O Rio já teve diversas fases, de cidade portuária à capital do império português e brasileiro. Foi sem dúvida, e durante muito tempo, umas das cidades mais importantes e dinâmicas do Brasil”, considera.
“Sendo assim”, prossegue, “podemos encontrar diversas ‘realidades’ nesta mesma cidade. Desde quilombos, passando por favelas a condomínio de luxo. O Rio representa essas contradições que forjaram o espírito dos brasileiros, que, na carência de recursos, criaram uma civilização formada na solidariedade”.
Para o artista, a obra demonstra que o país tem uma história rica em contradições, que se traduziram nos espaços urbanos. “A força de nossa cultura vem de nossa diversidade, do nosso antropofagismo. Somos um povo do degredo, do fugido, do desterro em nossa própria terra. Acima de tudo, a obra de Carvalho nos faz refletir: o quilombo está dentro do Brasil ou o Brasil é um grande quilombo?”.
Na última semana de exposição em Belo Horizonte, será apresentado o catálogo da obra do artista.
Para mais informações, basta acessar: https://www.instagram.com/eduardocarvalho.arte/
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