Segundo dados da Associação Brasileira de Transplante dos Órgãos, pelo portal Metrópoles, dos mais de 23 mil transplantes realizados ao ano no Brasil, aproximadamente, 13 mil são de córnea, e o ceratocone é uma das causas centrais. Ceratocone é uma doença que causa alterações estruturais na córnea, encurvando-a em um formato parecido a um cone, e pode causar cegueira completa. Estima-se que, a cada 100 mil pessoas no mundo, quatro a 600 desenvolvem o quadro.
O ceratocone não tem cura. Porém, com o avanço da medicina e de centros especializados em patologias oculares, há diversos procedimentos disponíveis, indicados segundo a fase de agravamento da doença e do quadro. O tratamento divide-se em duas etapas: a primeira, focada na estabilização da doença, para não haver progressão, e a segunda, na melhoria da acuidade visual.
Para uma acuidade visual melhor, lentes de contato rígidas com curvatura especial para a doença são recomendadas. Em casos em que não há adaptação, implante de anéis intracorneanos são indicados, a fim de reduzir a curvatura da córnea e facilitar a adaptação de lentes de contato ou até a prescrição de óculos.
Aproximadamente, 150 mil brasileiros desenvolvem ceratocone, todos os anos
Ainda sobre saúde ocular, incluindo o uso de óculos de grau femininos, por exemplo, segundo o Ministério da Saúde, pelo portal Agência Brasil, cerca de 150 mil brasileiros desenvolvem o ceratocone anualmente. O ato de coçar os olhos é um dos fatores centrais para que o quadro se agrave. O Ministério da Saúde ainda reforça que a doença é uma das principais causas dos transplantes de córnea feitos no Brasil. Ressalta-se que, anualmente, o mês de junho possui o foco na prevenção à doença.
“A doença é causada por uma alteração genética de vários genes. Não há um gene isoladamente responsável pela doença, mas um conjunto. E a gente fala que a doença é multifatorial, então, além da tendência causada pela genética, o fator ambiental, que é alergia, coçar os olhos, é o principal fator que contribui para o aparecimento da doença. A gente vai suspeitar de pacientes jovens, que têm alergia nos olhos e um grau de astigmatismo. Esse é o grande alerta na consulta para a gente realizar um exame de topografia da córnea para que a gente consiga um diagnóstico da doença”, salienta o médico oftalmologista.