Considerado a inflação oficial do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), registrou queda de 0,36% em agosto, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 9 de setembro. A queda foi influenciada principalmente pela retração nos preços dos combustíveis.
“Os preços dos combustíveis estão relacionados ao preço final mercadorias ou serviços, visto que o transporte se faz presente durante quase toda a cadeia produtiva, o que reflete na economia geral do país, pois influencia, por exemplo, o preço de alimentos e outros itens”, afirma o especialista em logística Luís Felipe Campos, que possui experiência no setor internacional principalmente no trade Europa-América Latina.
O aumento dos combustíveis, acentuado principalmente nos primeiros meses de 2022, impactou não somente os motoristas, mas também toda a cadeia logística. A gasolina chegou a quase R$ 9 em algumas localidades do país. O diesel e o querosene de aviação também tiveram aumentos.
Porém, com a queda do preço do barril de petróleo, a tendência é que estes combustíveis tenham reduções. No último dia 29 de agosto, a Petrobras informou a queda de 15,7% nos preços de venda de gasolina de aviação (GAV) para as distribuidoras a partir de 1º de setembro.
Em agosto passado, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciou a diminuição dos valores mínimos da tabela do frete rodoviário no país. Os cortes ficaram entre 3,16% e 4%. De acordo com a lei, sempre que ocorrer oscilação no preço do óleo diesel no mercado nacional superior a 5%, para mais ou para menos, a ANTT deve publicar novos valores.
A Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas foi instituída em 2018 pelo governo Michel Temer, após greve nacional dos caminhoneiros que paralisou o abastecimento do País.
“Os combustíveis, que foram o principal fator para contribuir com a deflação de agosto, podem reduzir ainda mais e gerar novas quedas nos preços. O petróleo segue em queda, principalmente nos últimos 30 dias. O barril está sendo vendido por menos de U$ 100, algo que chegou perto dos US$140. Isso deve ajudar a reduzir o preço dos combustíveis ainda mais aqui no Brasil”, explica Luis Felipe Campos.