São Paulo, SP 13/9/2022 –
A retomada pós-pandemia aumentou a demanda por bens, o que levou a uma corrida pelos serviços de transportes, pressionando a capacidade de portos, armazéns, navios e containers.
A baixa disponibilidade de containers, agravada principalmente durante o período de lockdown em diversas cidades ao redor do mundo, deverá provocar reflexos para o setor marítimo brasileiro a longo prazo. Entre as principais consequências da falta de containers está o encarecimento do frete desse modal. O alerta se baseia no relatório divulgado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) em julho passado.
O valor médio do transporte marítimo da Ásia para o Brasil começou 2022 custando 5,7 vezes mais do que antes da pandemia, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O custo médio do transporte de um container no mercado marítimo global permaneceu próximo a US$ 10 mil em vários momentos nos últimos meses.
“O aumento do valor do frete marítimo vem ocorrendo desde o segundo semestre de 2020, conforme a pandemia avançava. A interrupção nas atividades produtivas da China e em outros países provocaram uma suspensão generalizada de serviços de transportes. A capacidade de transporte ofertada nos portos a nível global tem sido insuficiente para equilibrar o mercado”, explica o especialista em logística Luís Felipe Campos, que possui experiência no setor internacional principalmente no trade Europa-América Latina.
A retomada pós-pandemia aumentou a demanda por bens, o que levou a uma corrida pelos serviços de transportes, pressionando a capacidade de portos, armazéns, navios e containers. O fluxo desse modal utiliza uma logística dinâmica, ou seja, uma operação com um equilíbrio entre o embarque e desembarque de unidades e a demanda e a oferta de containers vazios.
“Atrasos na entrega das cargas exportadas, desabastecimento do mercado interno, aumento do tempo de armazenagem, a falta de containers vazios e o aumento dos custos de armazenagem e dos fretes são alguns dos problemas mais frequentes que são resultado dos impactos logísticos nos portos do mundo todo, inclusive do Brasil”, afirma o especialista.
Segundo o estudo da ANTAQ, o período pós-pandemia afetou a produtividade e os tempos médios dos processos logísticos. Além disso, a falta de containers e a capacidade logística dos portos, acompanhados do aumento da demanda de movimentação de cargas, promoveram um problema logístico global.
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