A construção civil sempre foi considerada uma das mais resilientes da indústria brasileira. Por ser o termômetro da economia, muitas vezes acompanhou a montanha-russa de oscilações ao longo das décadas. Porém, as sucessivas crises da cadeia de suprimentos causadas pela greve dos caminhoneiros, pandemia do covid-19 e até a alta do preço dos combustíveis têm demonstrado um alerta para os executivos do setor. Para garantir qualidade e menos desperdícios com a padronização dos processos, a Climb Consulting, empresa de consultoria de Porto Alegre (RS), aplica a metodologia em construtoras e incorporadoras.
De acordo com Marcus Fireman, sócio-fundador da Climb e especialista em lean construction, nos últimos 3 anos, as organizações passaram a buscar modelos de gestão mais eficientes, capazes de fortalecer a antecipação e a redução de desperdícios. É nesse cenário que o lean tem ganho vários adeptos. “Por trás da filosofia de gestão, encontramos um aumento na colaboração, o desenvolvimento de equipes, a visão de fluxo e a busca diária pela melhoria contínua.” aponta.
Em 2020, a Climb realizou uma pesquisa com mais de 65 empresas do setor, na qual identificou que, mesmo com essa busca pela eficiência, ainda existem gargalos quando o tema são as práticas de planejamento que garantem a antecipação. O especialista afirma que a ausência de rotinas estruturadas de planejamento com visão a curto prazo, somadas à baixa colaboração e a incapacidade de enxergar restrições, são ingredientes para o insucesso de muitas empresas no setor.
Dentro da construção civil o cenário é mesmo, entretanto, construtoras e incorporadoras que tiveram essa virada de chave, buscam a metodologia lean para sua gestão e já colhem frutos logo em seus primeiros projetos. Para Marcos, essa conquista se deve, principalmente, ao apoio da diretoria na jornada lean da empresa. “Sempre que o nível mais estratégico abraça a mudança de cultura a equipe consegue avançar rapidamente na maturidade de aplicação das práticas, o que traz ganhos e resultados positivos para a organização a médio e longo prazo”.