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Estudo investiga relação entre selfies e cirurgias plásticas

Para o Dr. André Melo, cirurgião plástico de Belém (PA), a pesquisa mostra a ligação entre o tamanho e a percepção do rosto dos usuários e a sua implicância em cirurgias estéticas

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2/2/2023 – As tecnologias atuais e as redes sociais influenciam na percepção das pessoas sobre sua autoimagem, levando a mudanças de comportamento

Para o Dr. André Melo, cirurgião plástico de Belém (PA), a pesquisa mostra a ligação entre o tamanho e a percepção do rosto dos usuários e a sua implicância em cirurgias estéticas

Nove a cada dez brasileiros tiram selfies (neologismo do termo self-portrait, em inglês) a fim de compartilhar as imagens no ambiente on-line, segundo uma pesquisa desenvolvida pela Antennas – consultoria de business insights – a pedido da Samsung. Segundo o levantamento, que envolveu 1.446 pessoas, mais da metade (58%) dos usuários tiram esse tipo de foto quase todos os dias.

À primeira vista, o costume pode parecer banal, mas pode levar a problemas de autoimagem, como indica a pesquisa “Size and Perception of Facial Features with Selfie Photographs, and Their Implication in Rhinoplasty and Facial Plastic Surgery” (Tamanho e Percepção de Características Faciais com Fotografias Selfie e Suas Implicações em Rinoplastia e Cirurgia Plástica Facial, em tradução livre).

De acordo com o estudo, publicado no periódico científico Plastic & Reconstructive Surgery em abril de 2022, os pacientes usam cada vez mais fotografias tiradas com a câmera frontal de celulares inteligentes para discutir seus objetivos com um cirurgião plástico. Os pesquisadores buscaram quantificar as mudanças no tamanho e na percepção das características faciais ao tirar uma selfie em comparação com o chamado “padrão-ouro” da fotografia clínica.

Para tanto, a pesquisa analisou uma série de fotografias de trinta voluntários. Diversas fotos de 12 polegadas e 18 polegadas foram tiradas a partir de uma câmera frontal de um smartphone, ao passo em que imagens clínicas de 5 pés foram tiradas com uma câmera reflex digital de lente única.

Em um segundo momento, os participantes preencheram o inventário “FACE-Q” depois de observar as suas selfies de 12 polegadas e outro ao analisar suas fotografias clínicas. Além disso, foram feitas medições do nariz, lábio, queixo e largura facial. Como resultado da experiência, verificou-se que o comprimento do nariz dos participantes foi, em média, 6,4% maior em selfies de 12 polegadas em comparação com a fotografia clínica e 4,3% maior em selfies de 18 polegadas em comparação com a fotografia clínica.

A largura da base alar, por sua vez, não apresentou mudanças significativas em nenhum dos conjuntos de selfies em comparação com a fotografia clínica. A relação entre a base alar e a largura facial representa o tamanho do nariz em relação à face. “Essa proporção diminuiu 10,8% ao comparar selfies de 12 polegadas com fotografia clínica ( p < 0,0001) e diminuiu 7,8% ao comparar selfies de 18 polegadas com fotografia clínica ( p < 0,0001)”, descreve a pesquisa.

Entre as conclusões, os pesquisadores destacaram que, com a crescente popularidade das selfies, os dados permitem um diálogo mais preciso entre o cirurgião e o paciente. Ademais, as descobertas fornecem informações para os fabricantes de smartphones, que devem melhorar o impacto social das câmeras dos smartphones.

Para o Dr. André Melo, responsável por uma clínica de cirurgia plástica com sede em Belém (PA), o estudo demonstra que, no caso das fotos tiradas com a câmera frontal do celular, o usuário tem uma percepção diferente em relação a algumas medidas de sua face, principalmente com relação ao comprimento do nariz e sua proporção em relação à face.

“Essa percepção do público mais jovem, que usa muito o celular tanto para tirar selfies como para fazer videochamadas, tem levado nos últimos tempos a um aumento das cirurgias no rosto, principalmente rinoplastia e otoplastia”, explica. Em 2020, o Brasil realizou mais de 1,3 milhão de cirurgias, perdendo apenas para os EUA, segundo um levantamento da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica.

Na visão de Melo, o estudo mostra que as tecnologias atuais e as redes sociais influenciam na percepção das pessoas sobre sua autoimagem, levando a mudanças de comportamento para se “adequar” e parecer melhor neste universo.

No Brasil, há mais smartphones (242 milhões) do que habitantes (214 milhões), de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo dados divulgados pela plataforma CupomValido.com.br em 2021, a partir de informações da Hootsuite e WeAreSocial, há mais de 150 milhões de usuários de redes sociais no país. O percentual de usuários pelo total de habitantes foi de 70,3% – um dos maiores dentre todos os países.

Para mais informações, basta acessar: https://andremelo.med.br/

Website: https://andremelo.med.br/

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