Em um cenário de inflação elevada e preços de itens básicos nas alturas, o consumidor brasileiro busca alternativas para adquirir os produtos que deseja com valores que caibam no bolso. E a Internet vem se mostrando a parceira ideal dessas pessoas. Entre março de 2020 até julho de 2021, ou seja, no auge da pandemia de covid-19, as vendas on-line de alimentos cresceram 900%, de acordo com pesquisa da Linx. E, mesmo com o arrefecimento da pandemia, a tendência continua.
Estudo mais recente, da NielsenIQ Ebit, revela que o número de pedidos de alimentos e bebidas cresceu 128% no primeiro semestre de 2022, em comparação ao mesmo período do ano anterior. E, ao que tudo indica, essa proposta deve continuar.
Para Diego Dzodan, CEO da Facily, plataforma de social commerce que propõe compras em grupo ou individual, os modelos inovadores que surgem no mercado ajudam a recuperar o crescimento e a condição de preço baixo na vida dos clientes. “O processo que chamamos de economia da inovação está voltando. Esses cenários são importantes em um modelo de recuperação econômica e as pessoas estão atentas às possibilidades que a Internet é capaz de oferecer”.
Dados da própria plataforma da Facily reforçam essa ideia. A economia chega a representar 10%, se comparado aos kits do atacado e até 25% se comparado ao varejo. Ainda de acordo com o executivo, a empresa estima que os consumidores chegam a economizar R$1 mil a R$1,5 mil por ano ao fazer todas as despesas mensais no aplicativo. “Isso se dá na venda de produtos como leite a R$0,99 a unidade ou café a R$ 8,99, por exemplo. O acumulado em economia no ano surpreende muita gente”, pontua o CEO.
Modelo econômico viabiliza oportunidades
A alta exorbitante dos preços nas gôndolas dos supermercados ajudou a impulsionar os aplicativos não só no país. Estudo internacional feito pela Rocket Lab comprova que os principais mercados em crescimento para aplicativos que oferecem varejo online incluem os mercados emergentes em países da América Latina, como Brasil, México e Argentina. Só em 2022, por exemplo, foram gastos mais de 110 bilhões de horas nessa modalidade de app, o que rendeu cerca de US$415 bilhões em gastos no e-commerce.
A Facily, por exemplo, teve um índice de crescimento expressivo no último semestre. Dados da empresa apontam uma alta de 51% nas vendas só nesses últimos 6 meses, de janeiro a junho. Com isso, a empresa volta a estruturar o crescimento, expandindo, inicialmente, para as principais cidades do estado de São Paulo. Ao todo, são mais de 80 cidades que contam com a cobertura da plataforma de social commerce.
“O custo logístico mais barato do Brasil, somada a nossa rede parceira de Pontos de Retirada e as ótimas negociações com a indústria e pequenos produtores de alimentos, é a essência do que nos faz disponibilizar para o cliente final preços mais baratos até mesmo que o atacado. Incluir os mais de 160 milhões de consumidores da base da pirâmide é nosso principal objetivo enquanto companhia. Por isso, os preços são, em geral, mais baixos que os de atacado ao comprar via aplicativo”, acrescenta o executivo.
Outros motivos também levam as pessoas a optarem pela compra pela Internet. Entre eles, o frete grátis e a facilidade, de acordo com o mesmo estudo da NielsenIQ Ebit. O instituto de pesquisa detectou que a comodidade de não ter de sair de casa é a razão para 65% dos clientes, a economia de tempo, para 47% deles e a entrega rápida está listada entre as razões para 42% desse perfil de comprador.
“A tecnologia é o principal transformador da sociedade desde a Revolução Industrial e isso vem se acentuando rapidamente na era da Internet. Essa transformação tem ligação direta com a criatividade e não só as empresas, mas também os consumidores já abraçaram de vez esse propósito. O modelo como enxergamos a ideia de fazer compras está em transformação e a tendência é isso continuar acontecendo cada vez mais rapidamente. Cabe às empresas de tecnologia aproveitarem esse caminho aberto e ofertar cada vez mais vantagens para seus clientes”, conclui Dzodan.
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