Rio de Janeiro, RJ 19/6/2024 – Onde a água não estiver própria para o consumo, além de ferver, é necessário tratá-la com duas gotas de hipoclorito de sódio para cada litro de água.
Especialista da Katrium diz que o produto tem capacidade para destruir a estrutura celular dos microrganismos, garantindo que superfícies e objetos possam ser seguramente reutilizados após a descontaminação
Em períodos de calamidades naturais como enchentes, a limpeza e desinfecção de ambientes tornam-se prioritárias para evitar a propagação de doenças graves como a leptospirose, por exemplo. A água sanitária, composta principalmente de hipoclorito de sódio, desempenha um papel crucial nesse processo, sendo um dos agentes de limpeza mais eficazes e acessíveis na manutenção da saúde da população.
Enchentes como as que devastaram recentemente o Rio Grande do Sul, frequentemente resultantes de chuvas intensas, não apenas devastam estruturas físicas, mas também contaminam as águas com lama, bactérias, vírus e parasitas. É nesse cenário que a água sanitária entra como uma solução eficiente para desinfetar superfícies, objetos e até mesmo a água para consumo – resultando inclusive num pico de demanda que reflete a urgência na adoção de medidas de higiene para prevenir surtos de doenças como leptospirose, hepatite A e cólera.
Segundo manual disponibilizado pela Universidade do Rio Grande, a eficácia da água sanitária deve-se à sua capacidade de destruir a estrutura celular dos microrganismos, garantindo que superfícies e objetos possam ser seguramente reutilizados após a descontaminação. Além disso, em situações em que o abastecimento de água potável é comprometido, a água sanitária é utilizada para purificar a água, seguindo diretrizes específicas de diluição para garantir a segurança e eficácia.
De acordo com João César de Freitas, diretor comercial da Katrium Indústrias Químicas (RJ), uma das maiores produtoras de hipoclorito de sódio do país, na situação em que grande parte do Sul se encontra, em que muita gente ainda está em contato com água infectada e, principalmente, lama contaminada pela urina dos roedores, há que se ter o máximo de cuidado possível, fazendo uso de água sanitária para a desinfecção de ambientes, objetos, alimentos etc.
“Em localidades onde a água pode não estar própria para o consumo, além de ferver, pode ser necessário tratar a água a ser consumida com duas gotas de hipoclorito de sódio para cada litro de água, deixando descansar por 30 minutos. São medidas de higiene que vão, aos poucos, restabelecendo a ordem das coisas diante de um triste acontecimento”, diz Freitas.
Por conta da Covid-19, o Conselho Federal de Química elaborou um material abrangente sobre o uso correto da água sanitária. Além do seu papel na limpeza e desinfecção, a água sanitária também é valorizada por sua acessibilidade e custo-benefício. Disponível em quase todos os supermercados e lojas de conveniência, ela é uma opção econômica para famílias e comunidades em recuperação pós-desastre.
Com o uso adequado da água sanitária fazendo parte do processo de recuperação, Freitas acredita que as comunidades aos poucos possam retomar suas atividades com segurança e higiene garantidas. “A colaboração entre governos, voluntariado e a população é essencial para maximizar os benefícios desse recurso tão comum, mas extraordinariamente poderoso, na limpeza pós-enchentes”.